A Santa Sé reiterou sua firme oposição à clonagem humana, depois que o governo britânico deu luz verde a uma equipe de pesquisadores para clonar embriões humanos com fins médicos.

O porta-voz do vaticano Joaquín Navarro-Valls declarou à imprensa internacional que o Papa João Paulo II “sempre condenou inequivocamente todas as formas de clonagem humana” tanto em seus discursos como nos documentos vaticanos.

Navarro-Valls assegurou que o Vaticano emitirá uma declaração detalhada sobre a pesquisa britânica, quando se souber a profundidade os alcances do polêmico experimento.

Há algumas semanas, o Papa reiterou sua defesa da dignidade de todo ser humano, incluindo aquela obtida de maneira "desumana" pelos pesquisadores.

"É preciso que evitar os caminhos que não respeitam a dignidade e o valor da pessoa. Evitar as tentativas de clonar humanos para obter órgãos. São processos moralmente inaceitáveis, até se tiverem objetivos leais", declarou o Papa em um congresso de peritos no Vaticano.

Contra Deus e o homem

E a edição de hoje do jornal L'Osservatore Romano, órgão oficial vaticano, também condenou a decisão britânica ao considerar que "atenta contra o projeto criativo que Deus deu ao homem".

"De novo volta a ser perpetrado a tentativa de deter o projeto criativo que Deus deu ao homem”, assinala o jornal e afirma  que os embriões que serão destruídos antes de que cumpram 14 dias embora sejam “alguns minúsculos aglomerados de células, na realidade, em seu interior já se encerra o grande mistério da vida humana".