MADRI, 27 de jul de 2006 às 15:03
O recém nomeado Bispo de Palência, Dom José Ignacio Munilla, declarou em uma entrevista concedida ao jornal La Razón na Espanha, que enquanto a Igreja apóia a cada homossexual como pessoa, os que pregam a "ideologia de gênero" não só não os libertam mas sim os escravizam.
O bispo, com seus 44 anos de idade o mais jovem na Espanha, expressou sua certeza de que "no debate atual sobre a homossexualidade, as coisas não são como parecem: a Igreja apóia a cada homossexual como pessoa, com seu nome e sobrenomes; enquanto que os outros estão reivindicando uma ideologia de gênero que, longe de libertar, escraviza os homossexuais".
Dom Munilla, que em setembro tomará posse de sua diocese, referiu-se também aos discursos do Papa Bento XVI em Valência com ocasião do V Encontro Mundial da Família 8 e 9 de julho passado, destacando deles "o mesmo conceito da família’, sem sobrenomes" pois, "um dos gols que quiseram nos marcar foi o qualificativo de ‘tradicional’ à família natural".
"Uma forma muito sibilina de desproteger e perseguir a família é a falácia conhecida como a ‘extensão de direitos’. Se qualquer tipo de convivência é equiparável à família e ao matrimônio, então, o que é a família e o matrimônio?", questionou. Para ilustrar sua posição, o Prelado sugeriu imaginar que alguém propusesse uma "extensão de direitos" dos governantes ao resto dos cidadãos. "Não se sentiriam agredidas as autoridades políticas pelo fato de que os cidadãos reivindicassem essa equiparação?", perguntou para sublinhar a falácia de dita proposta.
Campo de experimentação de ideologia desumanizante
Do mesmo modo, Dom Munilla lamentou que na Espanha se esteja impondo a moda do antinatural e que esteja sendo utilizada como um campo de experimentação de uma "ideologia radical desumanizante".
"O que está acontecendo na Espanha para que cada vez esteja mais na moda o anti-natural? E o curioso é que o desprezo à lei natural humana tem lugar ao mesmo tempo que se estende uma deliciosa sensibilidade ecológica. Não indicará isto o desconhecimento da dignidade espiritual do ser humano? Recordo como Julián Marías pediu aos sacerdotes que contribuíssemos para o bem comum pregando sobre a alma humana!", exclamou.
"A Espanha foi escolhida como um campo de experimentação de uma ideologia radical desumanizante; e para isso é necessário sua secularização prévia", sentenciou o Prelado.