O teólogo protestante do Instituto Superior Ecumênico, Matías Preisweik, lançou ontem a possibilidade de que a Bolívia retorne aos cultos andinos e esqueça suas raízes cristãs.

Durante sua exposição no foro "O Estado e a Religião na Nova Constituição Política", que reuniu a representantes de diferentes confissões, Preisweik perguntou se "neste momento da revalorização do andino, não caberia o sonho de ter um país regido pelos valores de religiosidade próprios, ancestrais e holísticos?".

Para o Preisweik, embora o catolicismo não é a religião oficial, a Igreja "é reconhecida como a instituição tutelar, como as Forças Armadas, mas em questões religiosas", e que "expõe-se como uma instância superior que intercede pelos bolivianos ante o Reino de Deus".

Disse que as religiões devem se distanciar do Estado para que se aplique a laicidade e não influam em decisões normativas como o aborto.

Diante disso, o Arcebispo de La Paz, Dom Edmundo Abastoflor, recordou que a Igreja não exerce nem ostenta poder algum, e que seus membros vivem a vocação de serviço através de obras educativas e sociais em benefício do próximo.

O foro, organizado pela Chancelaria, realizou-se no marco do debate sobre uma nova Constituição Política a ser passada pela Assembléia Constituinte que se instalará o próximo 6 de agosto.