No meio do conflito que abala a Terra Santa, o Núncio Apostólico em Israel, Dom Antonio Franco, revelou que intercedeu perante o grupo extremista palestino Hamas para obter a libertação de um dos soldados israelenses seqüestrados em Gaza, mas não obteve resposta.

O soldado israelense Gilad Shalit, de 19 anos, foi seqüestrado no último dia 25 de junho em Gaza. Em declarações ao jornal Jerusalem Post, Dom Franco indicou que, ao saber da situação do jovem, tentou sem sucesso conseguir sua libertação.

Do mesmo modo, assinalou que pediu às autoridades de Israel e ao grupo libanês Hizbollah para que detenham a escalada de violência que atinge a região há várias semanas quando outros dois soldados foram seqüestrados pelo Hizbollah e outros oito morreram em um ataque do grupo a uma patrulha israelense na fronteira entre Israel e o Líbano.

Durante um encontro com professores católicos na paróquia do Monte das Oliveiras em Jerusalém, o Núncio recordou que o Papa Bento XVI "está muito preocupado com as ações violentas que se registram em ambos os lados".

"Pode-se compreender o uso da força nas presentes circunstâncias, mas a razão deve prevalecer. Cada uma das partes tem suas próprias aspirações mas devem terminar os conflitos armados para dar passo à via diplomática", acrescentou.

Com respeito aos rumores sobre uma eventual viagem do Santo Padre a Israel em 2007, Dom Franco esclareceu que "não começamos a planejar nenhuma viagem. Mas as dificuldades na zona poderiam criar uma oportunidade e não necessariamente ser um obstáculo".

O Núncio descartou que o Pontífice esteja adiando a visita devido à presença do Hamas no governo da Autoridade a Palestina e assinalou que "o Vaticano quer estar seguro de que a visita do Papa se desenvolva em um tempo em que possa causar um impacto significativo na região".