ROMA, 17 de jul de 2006 às 14:46
O primeiro Presidente da Tanzânia, Mwalimu Julius Nyerere, considerado um dos "pais da pátria" da África, poderia chegar aos altares se sua causa de beatificação continuar avançando.
Conforme informou a agência Catholic Information Service for África (CISA), já concluiu a fase diocesana de seu processo de beatificação.
Nyerere foi presidente da União Nacional Africana de Tanganika (TANU) e, depois da independência, foi o primeiro presidente da Tanzânia, república nascida da união de Tanganika e Zanzíbar em 1964.
Seu partido se instalou no governo da independência até 1985. Nos anos ‘70s, Nyerere cunhou o termo "Ujamaa" (solidariedade familiar, em swahili), que estimulava o modo de vida tradicional, apoiado na cooperação comunitária. Em 1985, aos 63 anos, renunciou à presidência voluntariamente, retirando-se da vida política em 1995. Faleceu em 1999.
O líder é lembrado politicamente por sua política de desenvolvimento agrícola, apoiado no próprio esforço e fazendo uso limitado da ajuda internacional. Em 13 de maio de 2005 a Congregação para as Causas dos Santos aprovou o início do processo de beatificação, que foi aberto no dia 21 de janeiro pelo Cardeal Polycarp Pengo, Arcebispo de Dar es Salaam.
O Cardeal Pengo afirmou, na homilia do solene funeral de Estado, que "foi filho da Igreja e terá seu lugar no Paraíso". Seus restos repousam em seu povo natal, Butiama, próximo ao Lago Vitória.
Entre as frases memoráveis de Nyerere destaca-se: "Gostaria de acender uma vela e colocá-la no alto do monte Kilimanjaro para que ilumine além de nossas fronteiras, dando esperança aos que estão desesperados, pondo amor onde há ódio, e dignidade onde antes só havia humilhação".