Em um comunicado intitulado "por o Ministério da Saúde cala? por que está a favor do aborto?" um grande número de movimentos e comunidades apostólicas presentes no Peru denunciaram "de suma gravidade o silêncio" do mencionado organismo "frente aos indícios de que estaria redigindo em suas dependências um documento que amplia as condições de liberalização do aborto em nosso país".

A missiva explica que este documento estaria sendo escrito, "tomando como pretexto a falta de um Protocolo para realizar o aborto terapêutico". Deste modo manifestam sua preocupação já que "conhecidas ONGs favoráveis ao aborto, em nome dos ‘direitos sexuais e reprodutivos’, frente a várias denúncias públicas e diferentes documentos públicos na Internet, foram as únicas a defender este suposto trabalho do Ministério da Saúde. Tais ONGs além disso mostram conhecimentos sobre o andamento do documento, sobre estratégias legais e conceitos médicos, sem que a entidade negasse ou afirmasse tais menções".

Em seguida fazem uma série de questionamentos como: "Quais são as relações destas ONGs pró-abortistas com o Ministério da Saúde? Será que a saúde em nosso país é determinada pelas ONGs abortistas como PROMSEX, DEMUS, Flora Tristán e Manuela Ramos entre as nacionais, ou a IPPF, IPAS, Pathfinder e outras ‘transnacionais’ favoráveis ao aborto?"

"Uma das estratégias mais usadas para instaurar o aborto naqueles países onde este é crime (como o caso do Peru, segundo sua Constituição e seu Código de Direito Penal), é ampliar os casos de maneira encoberta e paulatina", adverte o comunicado.

"Seu silêncio –continuam os movimentos– leva à confusão e à desconfiança, especialmente quando em 27 de agosto passado o senhor aceitou o prêmio anual da Região Hemisfério Ocidental da Internacional Planned Parenthood Federation (IPPF), Instituição promotora do aborto no mundo, e quando no Boletim de Imprensa de 26 de novembro do 2005 do MINSA, o senhor assinalou que um caso de anencefalia pode ser tomado como caso passível de aborto terapêutico e que ‘abriria precedente’".

Finalmente, as organizações assinantes, entre as quais se encontram a Associação Nacional de Médicos Católicos, o Population Research Institute para a América Latina, o Instituto Interamericano da Mulher, a ALAFA (Aliança Latino-americana para a Família), o Movimento de Vida Cristã, o Movimento Apostólico Schoenstatt, a Coordenadora Nacional Unidos pela Vida, o Movimento dos Focolares, a Renovação Carismática Católica e o Caminho Neocatecumenal; entre outros, exigem à "a Ministra Mazzetti e ao Ministério de Saúde que se pronunciem a respeito: se são favor da vida e do recém concebido, ou pelo contrário a favor do aborto".