O Arcebispo de Porto Alegre, Dom Dadeus Grings, publicou nesta semana a “Carta Política: Eleições Municipais 2004”, exortando os católicos a não votar em candidatos que defendam o aborto e denunciou os candidatos que se aproveitam “das carências do povo”.

A carta –apresentada poucos dias depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal de Justiça aprovaram a prática de abortos em caso de bebês anencéfalos–, o Prelado explicou que “temos vários critérios para votar em alguém. E, no plano municipal, em que as pessoas se conhecem facilmente, estes são mais fáceis de serem entendidos e aplicados. No plano ideológico, para nós o critério fundamental é a valorização da vida”.

“Nos primeiros tempos do Cristianismo, três pecados considerados os mais graves, exigiam penitência pública: o homicídio, adultério e a apostasia”, afirmou o Arcebispo e acrescentou que “hoje a questão do homicídio se extende para o aborto, a eutanásia e toda a violência que se propaga na sociedade”.

“Em outras palavras –continia a carta de 44 páginas e 12 capítulos–, o primeiro critério para votar em alguém é a posição   que este tem frente ao valor da pessoa. Conseqüentemente sua posição frente à violência como método de reivindicação”.

Ao referir-se à atuação dos  candidatos, o Prelado adverte que “muitos candidatos, apesar de todas as leis, continuam servindo-se das carências do povo para conseguir votos. Com isto ficamos apenas em uma suposta democracia”.

A Igreja não é um partido, não indica um partido e não tem um candidato”, acrescentou o Arcebispo e  esclareceu que por isso “nenhum partido pode assumir o título de católico ou de cristão”.