O porta-voz do Episcopado espanhol, Pe. Juan Antonio Martínez Camino, destacou a solidariedade da Conferência Episcopal Espanhola com as vítimas do terrorismo no país ibérico ao afirmar que "a causa das vítimas é a causa da Conferência Episcopal".

Em uma entrevista coletiva, o sacerdote indicou que "a causa das vítimas é a causa da Conferência Episcopal e sempre foi assim, como demonstram não só os autos de condenação", mas também alguns documentos elaborados pelos bispos espanhóis.

Do mesmo modo, assinalou que estar com as vítimas do terrorismo significa "não ignorar o dano que lhes causou e que lhes causa para qualquer caminho que terei que procurar no futuro". Disse também que não se pode ignorar a realidade da ofensa produzida, porque seria pretender um processo ilusório e "a justiça não se contrapõe à concórdia e o perdão".

O Pe. Martínez lembrou a instrução pastoral do Episcopado intitulada "Avaliação moral do Terrorismo na Espanha, de suas causas e de suas conseqüências", que foi publicada em novembro de 2002. O texto considera que "um aspecto especialmente importante no que se evidencia esta perversa ‘politização' (da vida social, à causa do terrorismo) é o esquecimento que, com freqüência, sofrem as vítimas do terrorismo e seu drama humano. Atender às pessoas atingidas pela violência é um exercício de justiça e caridade social e um caminho necessário para a paz".

O documento destaca também que "entre as primeiras obrigações dos cristãos e de suas comunidades" se encontra a do acompanhamento e atenção pastoral das vítimas do terrorismo. "É uma exigência de justiça e de caridade estar a seu lado e atender às necessidades e justas reclamações das pessoas e das famílias que sofreram o sesgo do terrorismo", acrescenta.

"Sentimos como própria a preocupação dos que vivem em um estado constante de ameaça ou de pressão violenta, conscientes de que ignorar a realidade das ofensas padecidas é pretender um processo ilusório, incapaz de construir uma convivência em paz", destaca a mencionada instrução pastoral.