O Presidente de Governo do Estado da Cidade do Vaticano, Cardeal Edmund Casimir Szoka; e o Diretor dos Museus Vaticanos, Francesco Buranelli, apresentaram na Sala de Imprensa da Santa Sé as iniciativas pelo V Centenário dos Museus Vaticanos, visitados anualmente por quatro milhões de pessoas.

Segundo o Cardeal, "trata-se de um aniversário não convencional e nem sequer meramente simbólico, que se remonta à ocasional mas feliz descoberta do grupo marmóreo de Laocoonte, em 1506. Este centenário quer unir uma história secular de cultura e de arte que os romanos pontífices promoveram com perseverança e competência, reunindo as obras do passado para as preservar do esquecimento e da destruição e para destiná-las às gerações vindouras".

Os Museus Vaticanos conservam "um patrimônio secular não só material", disse o Cardeal. "São conscientes de seu dever de conservar e transmitir do melhor modo às gerações futuras estas expressões do gênio, da vida, do pensamento e da espiritualidade do passado e o continuarão fazendo, sem fugir dos desafios atuais, com a perseverança e a convicção de sempre", acrescentou.

Por sua vez, o professor Buranelli, informou das diversas iniciativas de realizar com ocasião do quinto centenário que será aberto oficialmente no dia 17 de fevereiro.

Na primeira metade de 2006 serão abertos ao público dois importantes museus que testemunham o compromisso dos pontífices romanos na evangelização através da arte.

O primeiro é o Museu Cristão, instituído pelo Papa Bento XIV entre 1756 e 1757 para abrigar os objetos que no curso da primeira metade dos século XVIII tinham chegado ao Vaticano. A partir de 16 de março serão apresentadas, em uma nova instalação, famosas peças arqueológicas procedentes das catacumbas, classificadas segundo sua procedência e expostas em vitrines.

O segundo é o Museu Missionário Etnológico, fundado em 1926 por Pio XI e aberto ao público sob o pontificado de Paulo VI e apresenta as culturas e práticas religiosas dos países não europeus e seus contatos com o cristianismo. Em 20 de junho serão abertos as seções da China, Japão, Coréia, Tibet e Mongólia.

Depois de uma complexa restauração, em 27 de abril serão apresentadas as pinturas murais da Sala dos Mistérios do Apartamento Borgia, obra de Pinturicchio e seus ajudantes.

No outono europeu será apresetado o novo setor da necrópole romana ao longo da Via Triumphalis, descoberta há três anos durante algumas construções no Vaticano. Poderão ser visitados 30 edifícios sepulcrais e 70 sepulturas individuais dos três primeiros séculos da era cristã.

O centenário será encerrado em novembro com a exposição "Laocoonte. Nas origens dos Museus Vaticanos", que será acompanhada de um congresso internacional sobre a identidade, a essência e o papel do museu na sociedade atual.