Um relatório elaborado pela Igreja Católica e outras instituições revelou que nos últimos dez anos, a violência armada causou que três milhões de pessoas abandonassem seus lares.

O estudo, apresentado na Assembléia Plenária do Episcopado colombiano que se celebra esta semana, foi elaborado pela Igreja Católica, a Consultoria para os Direitos humanos e o Deslocamento (CODHES), o Alto Comissionado de Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e a comunidade internacional.

"A expulsão violenta de cerca de três milhões de pessoas. O país, a comunidade internacional, o comum da gente e quem toma decisões de interesse público contam hoje com um documento para a reflexão social e institucional", comentou Dom Luis Augusto Castro, Presidente do Episcopado.

Por sua vez, o sacerdote Maurizio Pontini, um dos autores do estudo intitulado "Desafios para construir nação. O País frente o deslocamento, o conflito armado e a crise humanitária", declarou à imprensa que "o deslocamento continua ocorrendo, não terminou como muitas vezes querem aparentar ".

Segundo o relatório, os principais responsáveis pelo deslocamento maciço são as guerrilhas e os grupos paramilitares. A metade dos refugiados são menores de 15 anos, a maioria são mulheres e entre os grupos étnicos os mais afetados são os afro-descendentes ou os indígenas.

O primeiro relatório sobre deslocamentos no país realizado pela Igreja Católica em 1995 denunciou a existência de 586 mil deslocados.