O Papa Bento XVI recebeu o segundo grupo de bispos da República Democrática do Congo em visita "ad limina", e os animou a impulsionar uma evangelização que respeite os valores africanos mas ao mesmo tempo, que os purifique de tudo o que os torne incompatíveis com o Evangelho.

"É importante que se dediquem à exigente tarefa da radicação do Evangelho em sua cultura, respeitando os ricos e autênticos valores africanos, mas purificando-os, ao mesmo tempo de tudo o que possa torná-los incompatíveis com o Evangelho. Edificar a Igreja Família de Deus em seu país, como em qualquer outro lugar, é um trabalho árduo, mas conheço o dinamismo apostólico que os anima", indicou o Pontífice.

Do mesmo modo, pediu aos prelados que transmitissem a seus diocesanos sua "proximidade espiritual", lembrando que estavam convidados "com todos os habitantes do país a mobilizar-se em pró da paz e da reconciliação, depois dos anos de guerra que causaram especialmente em sua região milhões de vítimas".

Centrando-se no tema da reconciliação nacional, o Papa manifestou o desejo de que desse bons frutos "a campanha de sensibilização realizada com os responsáveis por outras confissões religiosas, para propor a todos os cidadãos uma educação cívica", acrescentou.

Segundo o Papa, "a Igreja está chamada a participar desta obra, ocupando o lugar que lhes corresponde segundo sua vocação própria" e "para isso é importante propor aos responsáveis políticos do país uma formação específica. Servindo do rico patrimônio da doutrina social da Igreja, poderão refletir sobre seu compromisso a serviço do bem comum e ter em conta suas exigências morais para trabalhar na construção de instituições justas para a renovação da sociedade".

Bento XVI convidou depois os prelados a utilizar na difusão do Evangelho em seu país "os meios de comunicação social, em particular a rádio e a televisão, sobretudo para limitar a ação das seitas que utilizam com profusão as novas tecnologias para atrair e confundir os fiéis".

Outra prioridade pastoral é "a evangelização da família", já que "o movimento de desabrigados ou refugiados, a epidemia de AIDS e também as notáveis mudanças da sociedade contemporânea transtornaram muitas famílias, debilitando a instituição familiar". Também destacou a importância de animar os católicos a preservar e promover os valores familiares e dar uma sólida preparação humana e espiritual aos que se preparam para o matrimônio.

O Santo Padre agradeceu aos consagrados, que "em condições extremas decidiram permanecer ao lado das populações submetidas a duras provas para lhes oferecer sua ajuda e o consolo e sustento espiritual necessários".

"Lanço também um chamado à comunidade internacional para que não se esqueça da África e empreenda ações valentes e decididas para consolidar sua estabilidade política e econômica", concluiu.