Hoje (4), Solenidade da Santíssima Trindade, o papa Francisco exortou os fiéis a fazer “o gesto mais simples que aprendemos desde crianças: o sinal da cruz”, para lembrar que o amor de Deus “nos envolve completamente”.

Durante a oração do Ângelus da janela do Palácio Apostólico do Vaticano, o papa Francisco refletiu sobre o Evangelho do dia, que narra o encontro entre Jesus e Nicodemos, membro do Sinédrio que o encontra em segredo.

“Jesus o escuta e entende que ele é um homem que está em processo de busca”, disse o papa Francisco.

“Então, primeiro ele o surpreende, respondendo-lhe que para entrar no Reino de Deus é preciso renascer; e depois revela o núcleo do mistério, dizendo-lhe que Deus amou tanto a humanidade que enviou o seu Filho ao mundo”.

Francisco disse que esta cena mostra a união do Pai e do Filho, “uma imagem de família que, se pensarmos bem, lança por terra o nosso imaginário sobre Deus”.

“A palavra 'Deus' - disse o papa - sugere uma realidade singular, majestosa e distante, enquanto ouvir falar de um Pai e de um Filho nos leva de volta para casa”.

Podemos pensar em Deus “através da imagem de uma família reunida à mesa, onde se compartilha a vida”, disse o papa.

“A mesa, que ao mesmo tempo é um altar -disse- é um símbolo com o qual certos ícones representam a Trindade. É uma imagem que nos fala de um Deus de comunhão”.

Segundo o papa, “o Espírito Santo faz conosco o mesmo que Jesus faz com Nicodemos: nos introduz no mistério do novo nascimento, nos revela o coração do Pai e nos torna partícipes da própria vida de Deus”.Ele nos convida, continuou o papa, “a sentar à mesa com Deus para compartilhar seu amor. É o que acontece em cada missa, no altar da mesa eucarística, onde Jesus se oferece ao Pai e se oferece por nós”.

Para recordar que “Deus é comunhão de amor”, Francisco aconselhou a fazer o gesto “simples”, aquele que “aprendemos desde crianças: o sinal da cruz”.

“Traçando a cruz sobre o nosso corpo nos recordamos quanto Deus nos amou, a ponto de dar a vida por nós; e repetimos a nós mesmos que o seu amor nos envolve completamente, de cima a baixo, da esquerda à direita, como um abraço que jamais nos abandona. E, ao mesmo tempo, nos comprometemos a testemunhar Deus-amor, criando comunhão em seu nome”, disse.

O papa Francisco convidou os fiéis a refletirem e se fazerem as seguintes perguntas: “Testemunhamos Deus-amor? Ou Deus-amor se tornou, por sua vez, um conceito, algo já conhecido, que não estimula e não provoca mais a vida? Se Deus é amor, as nossas comunidades o testemunham? Sabem amar? São famílias?".

“Mantemos a porta sempre aberta, sabemos acolher a todos, ressalto todos, como irmãos e irmãs? Oferecemos a todos o alimento do perdão de Deus e o vinho da alegria evangélica? Respira-se uma atmosfera doméstica ou parecemos mais um escritório ou um lugar reservado onde entram somente os eleitos?”, perguntou.

Por fim, recordou que “Deus é amor, deu a sua vida por nós. Ele é Pai, Filho e Espírito Santo" e pediu "que Maria nos ajude a viver a Igreja como aquela casa em que se ama de modo familiar, a glória de Deus Pai e Filho e Espírito Santo".

Após a oração mariana, Francisco disse que reza pelas vítimas do acidente ferroviário na Índia, onde mais de 300 pessoas morreram e mil ficaram feridas ontem (3). Ele também rezou pelos países em guerra, especialmente pela "amada e mártir Ucrânia".

Abaixo, o Evangelho comentado pelo papa Francisco hoje (4), dia da Santíssima Trindade:

Leitura do santo evangelho segundo São João

Jo 3, 16-18

Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito, para que não morra todo o que nele crer, mas tenha a vida eterna. De fato, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. Quem nele crê, não é condenado, mas quem não crê, já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho unigênito

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