O papa Francisco recebeu ontem (29) um grupo de crianças africanas por ocasião do Dia da África, a comemoração anual da fundação da União Africana em 25 de maio de 1963. Francisco as incentivou a enfrentar os “enormes desafios” que existem em seu continente e a se tornar “embaixadoras da paz”.

Em seu discurso, o papa disse que a “querida terra africana enfrenta enormes desafios, como o terrorismo, a má governança, a corrupção, o desemprego em massa dos jovens, a migração, os conflitos intercomunitários, a crise climática e alimentar”.

Neste contexto, disse o papa, “vocês podem se sentir impotentes e desanimados e dizer a si mesmos que o futuro é sombrio e sem perspectivas. Mas vocês são jovens, carregam dentro de si muitos talentos, cultivam grandes ambições, têm grandes sonhos: sigam os grandes sonhos”.

O papa Francisco manifestou a sua alegria ao receber as crianças acompanhadas de pais e embaixadores, e disse que “elas são o sinal desta rica diversidade cultural”.

O papa lembrou que esta comemoração “representa o símbolo da luta de todo o continente pela libertação, desenvolvimento e progresso econômico e social, bem como pela valorização e aprofundamento do patrimônio cultural africano”.

Também os convidou “a ter a audácia de serem 'diferentes', a dar testemunho da beleza da generosidade, do serviço, da pureza, da coragem, do perdão, da luta pela justiça e pelo bem comum, do amor pelos pobres, da amizade social".

O papa Francisco pediu que sigam "um dos grandes desafios da vida": a busca da paz.

"Vocês sabem muito bem que estamos passando por momentos difíceis, com a nossa humanidade em perigo. Não só a Ucrânia, na Europa, mas também todos os conflitos e divisões fratricidas que atingem a África, a Ásia e o Oriente Médio há anos". "Estamos correndo um grande perigo", disse o papa.

Portanto, ele os exortou a experimentar a paz ao seu redor e dentro deles. "Sejam embaixadores da paz para que o mundo possa redescobrir a beleza do amor, da convivência, da fraternidade e da solidariedade".

“Uma das riquezas da África é a inteligência aguçada de seus jovens. Que seu compromisso nos estudos contribua para o desenvolvimento humano e integral da sociedade”.

O papa Francisco também falou de “crianças-soldado” e pediu para não as deixar sozinhas, assim como as “crianças vítimas de todos os tipos de conflitos”. Elas "precisam da sua amizade" para que "não se sintam rejeitadas e estigmatizadas", disse.

Por fim, recomendou o diálogo com os idosos: “Deixem-se iluminar pelos conselhos e testemunhos dos idosos”. “O diálogo com as raízes, com os idosos, com os que vieram antes de nós, nos permite seguir em frente”, concluiu.

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