Fulgence Kayishema, um ex-policial de 62 anos suspeito de ordenar a morte de ao menos dois mil tutsis refugiados em uma paróquia católica durante o genocídio de Ruanda em 1994, foi preso na África do Sul.

 

Em uma reportagem de quinta-feira (25), a Reuters disse que Kayishema, um dos principais suspeitos do genocídio de Ruanda em 1994, que matou cerca de 800 mil pessoas, foi preso na quarta-feira (24), em uma fazenda de uvas na África do Sul, usando o nome falso de Donatien Nibashumba.

O suspeito estava foragido desde 2001, quando o extinto Tribunal Penal Internacional para Ruanda (TPIR) o acusou de genocídio por seu papel na destruição e massacre da paróquia de St. Paul's Nyange, na diocese de Nyundo.

Serge Brammertz, procurador do Mecanismo Residual Internacional dos Tribunais Penais (IRMCT), órgão da ONU que assumiu a função do TPIR, disse que a prisão "garante que ele finalmente enfrentará a justiça por seus supostos crimes".

Depois de confirmar a prisão, uma unidade policial de elite sul-africana conhecida como Hawks informou que o suspeito será extraditado em breve para Ruanda, após comparecer perante o Tribunal de Magistrados de Bellville, na África do Sul.

A paróquia católica de Nyange foi transformada em um memorial do genocídio.

Segundo um relatório de abril de 2019, 48 paróquias católicas se tornaram os principais locais de matança durante o genocídio de 1994, quando os fiéis tutsis se aglomeraram nas igrejas para buscar refúgio dos ataques étnicos hutus

Uma reportagem do The Chronicles diz que várias pessoas consagradas da Igreja Católica foram condenadas após sua participação direta ou indireta no genocídio.

Em 2 de maio, o padre Wenceslas Munyeshyaka foi demitido de suas funções administrativas.

O padre Munyeshyaka, que servia na diocese de Evreux, França, foi acusado de desempenhar um papel ativo no genocídio de Ruanda de 1994 em diferentes partes de Kigali, enquanto era pároco da Igreja da Sagrada Família da arquidiocese de Kigali.

Confira também: