O cardeal Matteo Zuppi, encarregado pelo papa Francisco de liderar uma missão para alcançar a paz na Ucrânia, expressou sua proximidade com a "angústia na alma do povo ucraniano que anseia pela paz", enquanto seus habitantes são "engolidos pela máquina de morte fratricida que é a guerra".

O arcebispo de Bolonha, Itália, e presidente da Conferência Episcopal Italiana, cardeal Matteo Zuppi, recordou hoje (25) o "povo mártir da Ucrânia" na homilia da missa celebrada na basílica de São Pedro, no encerramento da Assembleia dos da Conferência Episcopal Italiana.

“Esta celebração que nos vê reunidos em torno de Pedro, acolhidos e sustentados pela presença daquele que preside em comunhão a nossa comunhão, ajuda-nos a contemplar o que é a Igreja, oferece-nos um ícone da sua realidade humana e espiritual, que nunca é idealizada ou virtual", disse Zuppi.

“Todos nós viemos de nossos muitos Emaús e trazemos conosco a tristeza daqueles peregrinos com o coração cheio de desilusão, feridos, agressivos e amargos porque suas esperanças acabaram”.

E acrescentou: "Entre estes, cujos rostos e vicissitudes trazemos no coração, recordo a angústia na alma do povo ucraniano que anseia pela paz, e a dos que choram aqueles que nunca mais voltaram, engolidos pela máquina de morte fratricida que é guerra".

“O Senhor continua fazendo-se peregrino, não se cansa de nos procurar e nos impulsiona a pôr-nos a caminho para nos libertarmos de um destino sem comunidade, para aquecer os corações entorpecidos e fazê-los arder de amor e de esperança”, disse o cardeal Zuppi.

No sábado (20), a Santa Sé informou que o papa Francisco havia confiado ao cardeal Zuppi a tarefa de liderar uma missão para ajudar a alcançar a paz na Ucrânia. O diretor da sala de imprensa, Matteo Bruni, confirmou que “os prazos para esta missão e sua modalidade estão em estudo”.

Desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, o papa fez vários apelos e procurou formas de acabar com o conflito.

Há dois dias, o papa falou durante quase três horas com os bispos italianos, reunidos na Aula Nova do Sínodo para a 77ª Assembleia Geral, e não faltaram referências à paz na Ucrânia. No aspecto caritativo, o papa manifestou a sua estima pelo trabalho dos bispos empenhados na acolhida aos migrantes e refugiados, especialmente provenientes de zonas de conflito.

Em 13 de maio, o papa Francisco recebeu o presidente ucraniano Volodimir Zelensky em uma audiência privada.

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