O advogado Juan Carlos González Leiva, Presidente da Fundação Cubana de Direitos humanos, denunciou a tortura psicológica a que é submetido por agentes do Governo, que assedia sua casa desde 12 de janeiro.

Em mensagem enviada a Imprensa, o dissidente, que sofre deficiência visual, informou que o objetivo é obrigá-lo a abandonar a ilha, já que em 4 de março próximo termina de cumprir a pena de prisão domiciliar a qual foi condenado.

"Minha casa está sob assédio militar e sou vítima de violentos atos de repúdio liderados e controlados pelos militares da Segurança do Estado da província de Ciego de Ávila, onde resido, e do Governo cubano", assinalou.

González Leiva relata em sua carta que se está sem água, comida nem eletricidade; e que o telefone funciona às vezes. A isto se junta o ruído de alto-falantes que colocam perto de suas janelas, com música 24 horas por dia, o que o impede de dormir ou descansar.

Como se isso não bastasse, o Governo enviou bandos formados por delinqüentes e estudantes universitários que, com ajuda de microfones, gritam "ordens governamentais em uma linguagem agressiva e vocabulário grosseiro". "Ameaçam a gritos que vão entrar com tanques de guerra, que vão queimar todos, que somos anti-sociais a serviço do imperialismo, etc…", indicou.

O advogado informa que em sua casa o acompanham "a ativista da Fundação Cubana de Direitos humanos, Tania Maseda Guerra; e o jornalista independente Luis Esteban Espinosa". Diz também que os agentes não hesitam em agradedir a todo aquele que nas ruas se manifeste a seu favor.

"É importante que a imprensa internacional credenciada em Havana venha até Ciego de Ávila para que o mundo veja realmente a verdadeira cara do Governo cubano", afirmou.

González Leiva assinala que não tem medo e terão que tirá-lo a força. "Se resisti 26 meses na prisão sob a tortura diária dos militares cubanos, acossado, esbofeteado e intoxicado por substâncias químicas, pelas quais ainda estou doente, resistirei dentro de minha casa outros 26 meses", escreve em sua carta.

Depois de agradecer ao povo cubano e às organizações internacionais por sua solidariedade, o líder dissidente afirma que "esta luta demonstra que o Governo está desmoronando".

Finalmente, a carta assegura que "Jesus Cristo está conosco, está nos acompanhando, nos dá a vitória e a paz". Acrescenta que não usarão a violência e que se alguma coisa acontecer é "responsabilidade da Segurança do Estado, dos militares de Cuba e do Governo cubano".