A Igreja na Itália terá a colaboração de um grupo de vítimas para lutar contra os abusos cometidos nos ambientes eclesiais.

Este “observatório” será formado por pessoas que sofreram abusos na Igreja e familiares com o objetivo de ajudar a melhorar a prevenção através da rede territorial dos Serviços de Proteção de Menores.

Esses serviços foram criados em 2018 e hoje estão presentes em todas as 226 dioceses italianas. Eles são compostos por fiéis leigos, padres e religiosos especialistas à disposição dos bispos diocesanos.

Sua tarefa é fazer cursos de formação e prevenção. Eles também oferecem assessoria às dioceses no âmbito dos processos canônicos e civis.

A partir de agora, as vítimas também colaborarão na luta contra este mal e comunicarão suas conclusões diretamente ao presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), cardeal Matteo Zuppi, com quem terão encontros regulares centrados na formação e prevenção do abuso de menores e adultos vulneráveis.

Na quarta-feira (10), os membros desta equipe técnica foram recebidos pelo cardeal Zuppi, pelo secretário-geral da CEI, dom Giuseppe Baturi, e por dom Lorenzo Ghizzoni, presidente do Serviço Nacional de Proteção de Menores.

O encontro, segundo disse num comunicado o diretor da assessoria de imprensa da CEI, Vincenzo Corrado, representou o primeiro passo para a constituição deste grupo operacional.

Depois de uma oração penitencial, cada vítima contou a sua história e manifestou seu desejo de acompanhar a Igreja na Itália para garantir que esses episódios não se repitam e proteger melhor os menores e os adultos vulneráveis.

Para os bispos italianos, ouvir as vítimas “é uma importante linha de ação para a Igreja”. “A vítima deve ser reconhecida como uma pessoa gravemente ferida e ouvida com empatia, respeitando sua dignidade”.

Em novembro de 2022, a CEI publicou o primeiro relatório nacional sobre proteção de menores. O relatório mostrou que, entre 2020 e 2021, houve 89 denúncias de abusos acontecidos no passado.

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