O papa Francisco e o patriarca copta ortodoxo de Alexandria, Tawadros II, rezaram juntos o Pai Nosso, abençoaram fiéis católicos e coptas e recordaram 21 mártires coptas mortos pelo Estado Islâmico na Líbia na audiência geral de hoje (10), na praça de São Pedro. Foi a primeira vez que um patriarca ortodoxo discursou em uma audiência-geral ao lado do papa. Em 2008, o católico armênio Karekin II foi convidado para uma audiência por Bento XVI, mas não falou.

Tawadros II está em Roma a convite do papa Francisco para comemorar os 50 anos do encontro entre são Paulo VI e o papa Shenouda III, em maio de 1973, que deu início ao diálogo entre as duas igrejas.

O evento começou com uma saudação do patriarca copta-ortodoxo, um discurso em árabe dedicado aos presentes e ao papa. Os coptas são os cristãos do Egito.

“Aprecio tudo o que o senhor fez durante este tempo de serviço ao mundo inteiro em todas as áreas e rezo para que Cristo o mantenha com boa saúde”, disse o patriarca ao papa.

"Sua Santidade Tawadros aceitou meu convite para vir a Roma a fim de celebrar comigo o 50º aniversário do histórico encontro entre o papa são Paulo VI e o papa Shenouda III em 1973. Tratava-se do primeiro encontro entre um bispo de Roma e um patriarca da Igreja ortodoxa-copta, que culminou com a assinatura de uma memorável declaração cristológica conjunta, exatamente a 10 de maio”, disse o papa Francisco.

“Em memória deste evento, sua santidade Tawadros veio encontrar-me pela primeira vez em 10 de maio de há dez anos, poucos meses depois da sua e da minha eleição, e propôs que se celebrasse todos os anos, a 10 de maio, o ‘Dia da amizade copto-católica’, que desde aquela época celebramos todos os anos, nos falamos por telefone, nos cumprimentamos, ainda somos bons irmãos, não brigamos”.

"Caro amigo e irmão Tawadros, agradeço por aceitar meu convite neste duplo aniversário e rezo para que a luz do Espírito Santo ilumine a sua visita a Roma, os importantes encontros que aqui terá e, em particular, os nossos diálogos pessoais. Agradeço-lhe de coração o seu compromisso na crescente amizade entre a Igreja ortodoxa copta e a Igreja católica”, disse o papa Francisco em sua saudação.

O papa recordou os mártires da praia da Líbia que se tornaram mártires há alguns anos. A maioria dos 21 reféns mortos eram migrantes de uma pequena aldeia no Egito, que foram para a vizinha Líbia para trabalhar. Eles foram sequestrados por milícias ligadas ao Estado Islâmico, em Sirte, entre os meses de dezembro de 2014 e janeiro de 2015.

"Peço a todos os presentes que rezem a Deus para que abençoe a visita do papa Tawadros a Roma e ampare toda a Igreja copta-ortodoxa. Possa esta visita aproximar-nos mais rapidamente do dia abençoado em que seremos um só em Cristo", disse o papa.

Antes de iniciar a audiência geral, depois de dar uma volta no papamóvel para saudar os fiéis católicos e coptas na praça de São Pedro, o papa abraçou Tawadros II e beijou sua cruz peitoral, Enkolpion. O encontro terminou com a oração conjunta do Pai Nosso e da bênção. “Exorto todos a rezarem à Virgem Maria no mês a ela dedicado. A ela, Consoladora dos aflitos e Rainha da Paz, confio a atormentada Ucrânia”, concluiu.

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