Foi apresentado hoje (26) em Lisboa, Portugal, o VITA- Grupo de acompanhamento das situações de abuso sexual de crianças e adultos vulneráveis no contexto da Igreja Católica em Portugal. A nova entidade anunciou como uma de suas medidas a criação de uma linha telefônica para denúncias de abusos sexuais cometidos pelo clero.

O Grupo VITA foi criado após a divulgação, em fevereiro deste ano, do relatório final da Comissão Independente (CI) para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica em Portugal, segundo o qual há pelo menos 4815 vítimas no país, de 1950 a 2022.

Ao final de sua Assembleia Plenária na quinta-feira (20), a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) anunciou a criação do Grupo VITA.  O grupo é coordenado pela psicóloga Rute Agulhas, que até então pertencia à Comissão Diocesana para a Proteção de Menores de Lisboa.

“Pretende-se agora criar respostas especialmente pensadas para as vítimas, mas também para os agressores, focado na intervenção terapêutica e ainda na prevenção”, disse Agulhas durante a apresentação do VITA, hoje.

A psicóloga disse que os “grandes objetivos” do grupo são “proteger” a vítima e “prevenir reincidências e situações abusivas”. Para isso, terá quatro áreas de atuação: “acolhimento, acompanhamento, formação e investigação”.

Uma das medidas já anunciadas pelo grupo é a criação da linha telefônica exclusiva para denúncias de abusos na Igreja, “atuais ou antigas”, que estará disponível a partir de 22 de maio, pelo número 915 090 000. Além disso, as denúncias também poderão ser feitas pelo e-mail geral@grupovita.pt. As denúncias serão encaminhadas para as “autoridades de investigação competentes”, civis, penais e canônicas.

Está prevista ainda a elaboração de um manual de prevenção a ser adotado por toda a Igreja Católica em Portugal. A equipe também deverá publicar relatórios semestrais e o primeiro deles será divulgado em dezembro.

Agulhas destacou que o Grupo VITA será “temporário”, com um período de atuação de pelo menos três anos. Além disso, apresentou o grupo como um organismo “isento e autônomo”, mas que vai trabalhar em articulação com as comissões diocesanas de proteção de menores.

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