Hoje (24) a Igreja recorda são Fidélis de Sigmaringa, padre capuchinho alemão, primeiro mártir da "Sagrada Congregação da Propaganda Fide" (renomeada por são João Paulo II como "Congregação para a Evangelização dos Povos”).

São Fidélis, ou são Fiel, é conhecido como o grande pregador do Evangelho no país dos Grisões (hoje um dos cantões da Suíça), principalmente entre os seguidores de Ulrico Zuínglio, líder da Reforma Protestante naquelas terras.

Há muitas formas de servir

São Fidélis nasceu em 1577 em Sigmaringa, pequena cidade alemã nas margens do rio Danúbio. Seu nome de batismo era Markus Rey. Ele pertencia a uma família nobre de origem espanhola e recebeu uma educação privilegiada na prestigiada Academia Arquiducal de Friburgo de Brisgovia. Lá se destacou como estudante, tornando-se fluente em latim, francês e italiano. Formou-se muito jovem como doutor em Direito Civil e Canônico.

Sua vida religiosa foi marcada pelo espírito de penitência e serviço. Depois de formado, dedicou-se à defesa daqueles que não podiam pagar por uma defesa legal, por isso recebeu o apelido de “advogado dos pobres”.

Aos 35 anos, são Fidélis abandonou a carreira de direito quando lhe ofereceram suborno, e decidiu tornar-se capuchinho.

Depois de receber os votos em Friburgo, Alemanha, já como padre, distribuiu seus bens entre os pobres e a diocese para a qual foi destinado. Fidélis organizou um fundo para pagar os estudos dos seminaristas pobres.

Que o irmão que está longe volte

Em Friburgo, conseguiu a conversão de muitos protestantes, em grande parte graças à sua pregação "eloquente, sensata, conscienciosa", como testemunham muitos dos seus biógrafos. Ele deixou uma grande impressão do amor de Deus entre o povo quando a peste do cólera atingiu a população, pois se dedicava dia e noite a cuidar dos doentes.

São Fidélis alternou a pregação com o cargo de guardião dos conventos de Friburgo, Rheinfelden e Feldkirch. Quando governava a comunidade deste último, foi destinado à missão de Alta Rezia, na Suíça.

Em 24 de abril de 1622, depois de se reunir para falar em Seewis com um grupo de protestantes, tendo pregado nessa reunião com grande sucesso, um grupo de homens da comuna o chamou com violência e exigiu que renunciasse à fé católica.

O santo se recusou e foi jogado ao chão do cavalo que montava. São Fidelis foi morto a facadas e golpes de espada.

São Fidélis de Sigmaringa foi canonizado em 26 de junho de 1746 pelo papa Bento XIV.