Bispos do Tennessee, EUA, se uniram a mais de 130 líderes religiosos do Estado na terça-feira (18) para pedir ao governador, Bill Lee, e ao legislativo estadual que promulguem leis mais rígidas em relação ao uso de armas de fogo, incluindo leis de "risco extremo" ou " bandeira vermelha".

Os líderes religiosos se manifestaram numa carta enviada ao governador republicano, menos de um mês após o tiroteio em massa em uma escola cristã particular em Nashville, onde um ex-aluno atirou e matou três estudantes e três trabalhadores.

“Como líderes religiosos, pedimos a vocês, nossos líderes eleitos, que tomem medidas que ajudem a proteger nossas crianças e nossos preciosos direitos individuais”, diz a carta assinada pelo bispo de Nashville, dom Mark Spalding, o bispo de Memphis, dom David Talley, e o bispo de Knoxville, dom Richard Stika.

Na carta, uma iniciativa de Voices for a Safer Tennessee, uma coalizão estadual que defende restrições ao uso e porte de armas, três pedidos foram feitos aos legisladores e ao governador.

Um deles é adoção de “leis de risco extremo”, também chamadas de “leis de bandeira vermelha”, que “permita que as autoridades removam temporariamente as armas daqueles que representam um risco, para si ou para outros”, diz o texto.

Segundo o grupo Everytown for Gun Safety, que pede restrições às armas, as leis de risco extremo permitem que as pessoas próximas ou as forças de ordem pública possam pedir a um tribunal "uma ordem para evitar temporariamente que alguém em crise tenha acesso a armas".

Leis de risco extremo já foram aprovadas em 19 Estados e em Washington, D.C., a capital federal dos EUA. A Associação Nacional do Rifle, maior lobby pró-armas dos EUA, alega que essas leis violam os direitos constitucionais dos americanos.

Os líderes religiosos também pediram aos legisladores e ao governador que exijam as verificações de antecedentes em todas as compras de armas e que fechem essa "brecha legal".

Segundo Everytown for Gun Safety, a brecha ocorre porque "a lei federal não exige verificação de antecedentes em vendas entre partes não licenciadas".

Embora os revendedores licenciados pelo governo sejam obrigados a fazer verificações de antecedentes dos compradores, a lei federal também declara que aqueles “que fazem vendas, trocas ou compras ocasionais de armas de fogo para aprimorar uma coleção pessoal ou de hobby, ou que vendem toda ou parte de sua coleção pessoal de armas de fogo” estão isentos de possuir uma licença federal, segundo o escritório de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos.

Em 21 estados e Washington, D.C., existem leis estaduais que exigem verificação de antecedentes para vendas privadas de armas, de acordo com Everytown for Gun Safety.

A carta dos líderes religiosos também diz que no estado as armas de fogo “são a principal causa de morte entre crianças e adolescentes, e 59% das mortes por armas de fogo são lesões auto infligidas”.

"Hoje nos unimos para apoiar uma resposta razoável à violência em nosso estado", acrescenta a carta enviada ao governador Lee e ao legislativo estadual. “Concordamos em muito mais do que discordamos e juntos podemos trabalhar para construir um Tennessee mais seguro”.

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