O secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, falou sobre o caso de Emanuela Orlandi, filha de um funcionário do Vaticano que desapareceu em 1983 aos 15 anos. Nunca se soube o que aconteceu com ela.

“A ideia da Santa Sé é esclarecer as coisas, ver o que foi feito no passado tanto do lado italiano como do Vaticano e ver se há algo mais que ainda possa ser feito com esse objetivo; chegar a um esclarecimento”, disse o cardeal em declarações à agência de notícias Ansa ontem (19).

“Acho que devemos isso antes de tudo à mãe (de Emanuela), que ainda está viva e sofre muito. Estamos fazendo isso com a melhor das intenções"

A Santa Sé reabriu o caso

Em janeiro deste ano, a Santa Sé anunciou a reabertura do caso Orlandi, que havia sido encerrado em abril de 2020 sem resultados.

A decisão da Santa Sé atendeu a repetidos pedidos do irmão de Emanuela, Pietro Orlandi, que há quase 40 anos lidera uma campanha para resolver o caso.

Os rumores sobre o desaparecimento desta adolescente, filha de um funcionário do Vaticano, envolvem membros da máfia, membros do clero e a Frente de Libertação Turca que exigia a libertação de Ali Agca, o turco que tentou matar são João Paulo II em 1981.

Em 2012, pediram uma investigação quando restos de esqueletos não identificados foram encontrados ao lado do túmulo do líder da máfia romana Enrico De Pedis, na basílica de Santo Apolinário. Os ossos não pertenciam a Emanuela.

Em 2018, outros restos mortais de esqueletos foram encontrados no porão da nunciatura de Roma, mas as investigações determinaram que eram anteriores a 1964.

Em março de 2019, a família recebeu uma carta anônima com a foto de um túmulo e a frase “procure onde o anjo indica”.

O local que apareceria na fotografia é no Cemitério Teutônico, dentro do Vaticano, e por isso pediram à Santa Sé para abri-lo. Os restos mortais não eram de Emanuela Orlandi e a investigação do caso foi encerrada em abril de 2020.

Pietro Orlandi, irmão da menina que desapareceu há 40 anos, insinuou na semana passada em um programa de televisão que João Paulo II saia em segredo do Vaticano à noite para se envolver em comportamentos inapropriados.

Orlandi fez a declaração em 11 de abril no programa de televisão italiano Di Martedi, no qual apareceu com a advogada de sua família, Laura Sgrò. Ambos se recusaram a relatar as fontes e evidências da denúncia.

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