“Não se anuncia o Evangelho parado, fechado num escritório, na escrivaninha ou no computador, fazendo polémicas como ‘leões do teclado’ e substituindo a criatividade da proclamação com o copia-e-cola de ideias tiradas aqui e ali”, disse o papa Francisco na Audiência Geral de hoje (12).

O papa continuou com o seu ciclo de catequeses sobre a evangelização e o zelo apostólico do fiel e voltou a propor o exemplo de são Paulo como “impulso” do Evangelho. Ele também definiu o “zelo” apostólico como um “calçado”.

São Paulo fala do calçado “como parte de uma armadura, segundo a analogia do equipamento de um soldado que vai para a batalha”, disse o papa.

Para o papa, “o zelo evangélico é o apoio em que se baseia o anúncio, e os anunciadores são um pouco como os pés do corpo de Cristo que é a Igreja”.

“Não há proclamação sem movimento, sem ‘saída’, sem iniciativa. Isto significa que não há cristão se não estiver em movimento, não se é cristão se não se sair de si mesmo para se pôr a caminho e levar o anúncio. Não há anúncio sem movimento, sem caminho”, disse o papa.

Francisco disse que quem anuncia deve estar pronto para ir, “e sabe que o Senhor passará de uma forma surpreendente; portanto, deve estar livre de esquemas e preparado para uma ação nova e inesperada: preparado para as surpresas”.

“Aquele que proclama o Evangelho não pode estar fossilizado em jaulas de plausibilidade ou no ‘sempre se fez assim’, mas está pronto a seguir uma sabedoria que não é deste mundo”, disse o papa.

Francisco definiu a atitude de quem anuncia como um "impulso" e exortou os fiéis a serem "evangelizadores que se movem, sem temor, que vão em frente, para levar a beleza de Jesus, para levar a novidade de Jesus que muda tudo".

“Estás disposto a deixar que Jesus mude o teu coração? Ou és um cristão tíbio, que não te moves? Pensa um pouco: és um entusiasta de Jesus, vais em frente?”, perguntou o papa.

Depois da saudação aos peregrinos, o papa recordou que no próximo domingo (16), será celebrado o Domingo da Divina Misericórdia.

Ele disse que hoje, quando o mundo está cada vez mais provado pelas guerras e distanciado de Deus, precisamos ainda mais da misericórdia do Pai.

Francisco lembrou que ontem fez 60 anos da encíclica Pacem in Terris, que são João XXIII dirigiu à Igreja e ao mundo no momento mais tenso da Guerra Fria, quando a uião Soviética instalou mísseis nuceares em Cuba, de onde se podia facilmente atingir os EUA.

Para Francisco, a encíclica foi uma verdadeira bênção com uma mensagem muito atual. Ele também convidou os fiéis a lê-la e pediu que os chefes das nações se deixem inspirar por ela nos seus projetos e nas decisões.

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