O secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, rejeitou a decisão da Igreja Católica na Alemanha de abençoar uniões homossexuais.

Durante a apresentação do livro "L'Atlante di Francesco. Vaticano e politica internazionale” (Atlas de Francisco: Vaticano e política internacional), do padre Antonio Spadaro, diretor da revista jesuíta La Civilttà Cattolica, Parolin disse que a Igreja já se manifestou claramente sobre isso na disposição do Dicastério para a Doutrina da Fé que, em março de 2021, negou a possibilidade de abençoar uniões homossexuais na Igreja Católica porque a Igreja “não pode abençoar o pecado”.

Além disso, afirmou Parolin, uma Igreja local “não pode tomar uma decisão deste tipo que implique a disciplina da Igreja universal”.

No dia 10 de março, o Caminho do Sínodo Alemão aprovou oficialmente a bênção das uniões homossexuais. O texto aprovado pede aos bispos alemães “que oficializem em suas dioceses as celebrações da bênção dos que se amam, mas aos quais o matrimônio sacramental não chega”.

“Isso também se aplica a uniões do mesmo sexo com base em uma reavaliação da homossexualidade como uma variante normal da sexualidade humana”, acrescenta.

Para os bispos alemães, a proibição publicada pelo dicastério para a Doutrina da Fé “é implacável e até discriminatória”.

Dos 58 bispos participantes do Sínodo alemão, apenas nove votaram contra o texto que aprovava a bênção das uniões homossexuais e 11 se abstiveram.

O Caminho Sinodal é um processo de discussões entre bispos e a poderosa organização oficial de leigos mantida pelos impostos do país que começou em dezembro de 2019.

As discussões tratam de exercício do "poder" na Igreja, moral sexual, o sacerdócio e o papel das mulheres na Igreja.

Posições contrárias à doutrina e à disciplina católicas como a ordenação sacerdotal de mulheres, o fim do celibato sacerdotal e aceitação da homossexualidade já foram propostas no Caminho Sinodal Alemão. 

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