A comunidade católica da diocese de Temuco, no Chile, disse não à violência após o incêndio que destruiu a capela do Sagrado Coração de Jesus no setor de Amaza na segunda (13) .

 

Em comunicado público assinado pelo administrador da diocese, o padre Juan Andrés Basly Erices, a comunidade expressou sua dor pelo ataque incendiário ocorrido nas primeiras horas da manhã de segunda (13) que destruiu a capela que pertence à paróquia São Francisco de Assis na vila de Selva Oscura.

 

“Neste dia em que Sua Santidade, o papa Francisco, marca o décimo aniversário de seu pontificado, nós ecoamos as palavras da mensagem que ele nos deu durante sua visita a estas terras de La Araucanía, onde ele afirmou que ‘violência leva a violência, destruição aumenta divisão e separação. A violência acaba transformando a causa mais justa numa mentira’. É por isso que dizemos não à violência que destrói“, diz o comunicado citando o papa.

 

A declaração enfatizou o "chamado por paz e unidade”, reconhecendo que as pessoas e suas comunidades “sofrem muito” com dor e angústia devido aos “atos violentos e destrutivos”.

 

“Com maior esforço, continuamos a rezar por nosso povo, nossa terra, nosso sangue, e invocamos a proteção de são José, padroeiro da diocese, para todos e que, nestes dias de quaresma, se viva a conversão ao bem”, diz o texto.

 

O episódio violento segue-se a outros incêndios ocorridos em 20 de fevereiro e 4 de março, o primeiro envolvendo dois veículos florestais na cidade de Traiguén e o segundo na capela de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa no povoado de California, a cerca de 16 quilômetros de Selva Oscura na região de Araucanía.

 

Na ocasião, segundo a polícia, pelo menos oito pessoas participaram do ataque que reduziu a igreja a cinzas.

 

Segundo a rádio chilena Bío-Bío, os criminosos espalharam um líquido inflamável pelo prédio, acenderam o fogo e fugiram.

 

Também houve disparos próximo ao local, onde foi encontrada uma faixa reivindicando a autoria do vandalismo assinada pelo grupo “Resistência Mapuche Malleco”, grupo guerrilheiro de direitos indígenas que opera na província de Malleco.

 

A ministra chilena do interior, Carolina Tohá, informou em fevereiro que o governo do presidente Gabriel Boric moveu ações judiciais contra a organização mapuche.

 

A ministra destacou que “causar incêndios quando existem condições [de incêndios florestais] como as atuais é um crime que coloca a população em perigo”. Tohá ainda questionou: “Não sei qual agenda de reivindicações indígenas pode justificar isso”.

 

“A partir do momento em que se decide uma ação dessas, a vida das pessoas está sendo colocada em risco”, acrescentou.

 

Os indígenas Mapuches exigem que a propriedade do que consideram seu território seja reconhecida e se opõem à superexploração dos recursos da terra por companhias florestais privadas.

 

Com essa justificativa, grupos mapuches armados vêm atacando empresas florestais há algum tempo, argumentando que estão invadindo suas terras. Os militantes queimaram ônibus, igrejas e escolas, além de atacarem caminhões e roubarem madeira.

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