Se um batizado não evangeliza e não dá testemunho do batismo que recebeu e da fé que o Senhor lhe deu, “não é um bom cristão”, disse o papa Francisco na Audiência Geral de hoje (8).

O papa Francisco continuou com seu ciclo de catequese sobre evangelização. Segundo o papa, é preciso se põr “à escuta do Concílio Vaticano II, para descobrir que evangelizar é sempre um serviço eclesial, nunca solitário, jamais isolado nem individualista”.

Francisco lembrou que a evangelização sempre deve ser feita na comunidade e sem proselitismo, e disse que "a dimensão eclesial da evangelização constitui um critério de verificação do zelo apostólico".

O papa falou da tentação de evangelizar "solitariamente" e "seguir caminhos pseudoeclesiais mais fáceis". Isso "pode ​​ajudar um pouco", mas, para ele, o essencial "é a força que o Espírito dá para anunciar a verdade de Jesus Cristo, para anunciar o Evangelho".

Para o papa, os documentos do Concílio Vaticano II sobre a atividade missionária da Igreja exortam “a considerar o amor de Deus Pai como uma fonte, que ‘nos cria livremente pela sua extraordinária e misericordiosa benignidade, e depois nos chama gratuitamente a partilhar a sua própria vida e glória’”.

"Esta é a nossa vocação", disse o papa, que também lembrou que "o amor do Pai tem como destinatário cada ser humano".

Para Francisco, “o amor de Deus não é apenas por um pequeno grupo, não. É por todos, sem excluir ninguém”, disse.

“É um amor que alcança cada homem e mulher através da missão de Jesus, medianeiro da salvação e nosso Redentor, e mediante a missão do Espírito Santo, o qual age em cada um, tanto nos batizados como nos não-batizados”, disse.

Segundo o papa, “o Concílio recorda que a Igreja tem a tarefa de continuar a missão de Cristo, que foi ‘enviado a evangelizar os pobres; por isso – acrescenta o documento Ad gentes – a Igreja, movida pelo influxo do Espírito Santo, o Espírito de Cristo, deve seguir o mesmo caminho d’Ele: o caminho da pobreza, da obediência, do serviço e da imolação própria até à morte, morte de que Ele saiu vencedor pela sua ressurreição’”.

Francisco disse que o "zelo apostólico não é um entusiasmo, é uma graça de Deus que devemos preservar". "No Povo de Deus peregrino e evangelizador não existem sujeitos ativos e passivos".

"Em virtude do Batismo recebido e da consequente incorporação na Igreja, cada batizado participa na missão da Igreja e, nela, na missão de Cristo Rei, Sacerdote e Profeta", lembrou.

Francisco disse que o “o zelo missionário do crente manifesta-se também como busca criativa de novas maneiras de anunciar e testemunhar, de novos modos de encontrar a humanidade ferida que Cristo assumiu. Em síntese, de novas formas de servir o Evangelho e a humanidade”.

"Voltar ao amor fontal do Pai e às missões do Filho e do Espírito Santo não nos fecha em espaços de tranquilidade pessoal estática", disse.

"Peçamos esta graça ao Senhor, pegar pela mão esta vocação cristã e dar graças ao Senhor por aquilo que nos concedeu, por este tesouro. E procurar comunicá-lo aos outros", concluiu o papa Francisco.

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