No sábado (4), o papa Francisco recebeu em audiência, no Vaticano, o arcebispo alemão Georg Gänswein, que durante anos foi secretário pessoal do papa Bento XVI.

“O Santo Padre Francisco recebeu na manhã de hoje em audiência S.E. dom Georg Gänswein, arcebispo titular de Urbisaglia, prefeito da Casa Pontifícia”, informou a sala de imprensa da Santa Sé, sem dar mais detalhes sobre o encontro.

É a segunda vez que o papa recebe o secretário de Bento XVI em audiência nos últimos meses. A reunião anterior ocorreu na segunda-feira, 9 de janeiro, e como nesta ocasião, também não foram divulgados os detalhes do encontro.

Na sexta-feira (2), dom Gänswein deu uma entrevista a Rai Uno da televisão italiana, na qual respondeu à pergunta sobre se sua intenção ao publicar suas memórias era provocar "uma guerra entre as facções internas do Vaticano".

"Não. Qualquer que fosse o momento da publicação, eu teria sido criticado por qualquer pessoa. Meu único objetivo era dar clareza, também em alguns pontos, onde havia muitos problemas”, respondeu Gänswein. “Clareza significa dar a verdade a todos aqueles que queriam conhecê-la. Nada de guerras, nada de facções. Eu só queria dar o meu testemunho das coisas reais que aconteceram”.

As memórias de dom Gänswein foram publicadas em janeiro com o título “Nada mais do que a verdade. Minha vida com Bento XVI”, onde conta uma série de detalhes desconhecidos sobre o pontificado de Joseph Ratzinger.

À pergunta sobre o motivo da renúncia do papa Bento XVI, o arcebispo respondeu: “Ele mesmo disse, em 11 de fevereiro de 2013, que o motivo foi o cansaço físico e psicológico. Acredito porque vi e vivi todo esse tempo com ele”.

Ao responder sobre se “o papa Francisco não confiava mais em você?”, o bispo Gänswein sorriu e comentou que “esta é uma pergunta irônica. Eu mesmo disse isso, quando (o papa) me disse há três anos "agora é melhor que você cuide do papa Bento e fique no mosteiro, e não venha mais prestar seu serviço aqui na prefeitura".

Após sua renúncia, o papa Bento XVI viveu no mosteiro Mater Ecclesiae no Vaticano.

"O papa Bento, ele, disse 'o papa Francisco não confia mais em mim' e também aconteceu comigo como custódio, ironicamente também, mas eu espero que o papa Francisco confie em mim", disse.

“Eu espero nunca ter dado a ele um motivo para não confiar mais”, disse o arcebispo.

Ao responder sobre se ele é fiel ao papa Francisco, Gänswein disse: “Fiel e leal. Ele é o papa da Igreja Católica e sucessor de Pedro. Fui fiel a todos os seus predecessores”.

Sobre o futuro, o arcebispo alemão disse que “o Santo Padre me dirá isso em alguns dias”.

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