No extenso discurso que dirigiu nesta segunda-feira aos membros do Corpo Diplomático na Santa Sé, o Papa Bento XVI fez um chamado a evitar o choque de civilizações entre o ocidente e o mundo islâmico.

O Papa assinalou que seu chamado à paz é aplicável especialmente “naquele ponto nevrálgico da cena mundial que é Terra Santa. Nela o Estado do Israel tem que poder subsistir pacificamente de acordo com as normas do direito internacional; nela, por igual, o Povo palestino tem que poder desenvolver serenamente as próprias instituições democráticas por um futuro livre e próspero”.

“Estas considerações –acrescentou– podem aplicar-se de uma maneira mais ampla ao contexto mundial atual, no qual sem dúvida se vislumbrou o perigo de um choque de civilizações”.

O Papa advertiu que “o perigo se faz mais agudo pelo terrorismo organizado, que se estende já em escala mundial. Suas causas são numerosas e complexas, além das ideológicas e políticas, unidas a aberrantes concepções religiosas”.

“O terrorismo –continuou– não duvida em atacar a pessoas inermes, sem nenhuma distinção, ou em impor chantagens desumanas, provocando o pânico em populações inteiras, para obrigar os responsáveis políticos a favorecer os planos dos terroristas mesmos”. “Nenhuma circunstância pode justificar esta atividade criminal, que  enche de infâmia a quem a realiza e que é muito mais deplorável quando se apóia em uma religião, rebaixando assim a pura verdade de Deus à medida da própria cegueira e perversão moral”, destacou o Papa.