Após a oração do Ângelus de ontem (12), o papa Francisco manifestou sua tristeza e preocupação com a situação atual na Nicarágua, onde o bispo de Matagalpa, dom Rolando Álvarez, foi condenado a 26 anos de prisão e 222 presos políticos foram deportados.

“As notícias que chegam da Nicarágua me entristeceram muito e não posso deixar de lembrar com preocupação o bispo de Matagalpa, dom Rolando Álvarez, de quem gosto muito, condenado a 26 anos de prisão, e também as pessoas que foram deportadas para os EUA”, disse o papa Francisco.

“Rezo por eles e por todos aqueles que sofrem naquela querida nação. E peço-vos vossas orações”, continuou o papa

"Peçamos também ao Senhor, por intercessão da Imaculada Virgem Maria, que abra os corações dos responsáveis políticos e de todos os cidadãos à busca sincera da paz, que nasce da verdade, da justiça, da liberdade e do amor e que é alcançada através do paciente exercício do diálogo”.

Francisco pediu aos milhares de fiéis reunidos no Vaticano que rezassem juntos uma Ave Maria a Nossa Senhora.

Dom Rolando Álvarez Lagos é bispo de Matagalpa desde abril de 2011. Foi preso pelo governo da Nicarágua em agosto de 2022 e mantido em prisão domiciliar em Manágua, acusado de “conspiração” e divulgação de “notícias falsas” contra o regime.

Na sexta-feira (10), ele foi condenado a 26 anos e 4 meses de prisão, acusado de ser um "traidor da pátria".

A sentença contra dom Álvarez foi dada apenas um dia depois que o governo deportou 222 presos políticos para os EUA.

Dom Rolando Álvarez se recusou a embarcar no avião com os deportados, segundo informou na quinta-feira (9) o presidente Daniel Ortega, ex-guerrilheiro de esquerda que soma mais de 29 anos no poder.

Entre os deportados estavam os padres: Oscar Benavidez Dávila, 50 anos, pároco da paróquia Espírito Santo em Molokukú; Ramiro Reynaldo Tijerino Chávez, 50 anos, reitor da Universidade João Paulo II; Sadiel Antonio Eugarrios Cano, 35 anos, ex-vigário da catedral de Matagalpa; e José Luis Díaz Cruz, 33 anos, atual vigário da catedral de Matagalpa.

Também foram deportados o diácono Raúl Antonio Vega González, 27 anos, os seminaristas Darvin Esteylin Leiva Mendoza, 19 anos, e Melkin Antonio Centeno Sequeira, 23 anos, e o fotógrafo Sergio José Cárdenas Flores, 32 anos.

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