A fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) lançou uma campanha de emergência para as igrejas de Aleppo e Latakia, Síria, que abrigam milhares de pessoas desabrigadas e sem recursos após o terremoto de segunda-feira (6).

Segundo a ACN, “todas as paróquias, escolas, hospitais e instalações estão sobrecarregadas e sem recursos para cuidar das famílias. Só em Aleppo, mais de 18 mil pessoas são atendidas todos os dias.”

Tanto o convento de clausura das carmelitas de Alepo quanto o dos franciscanos de Latakia atingiram sua capacidade máxima.

Um executivo da ACN, que atualmente está em Aleppo, a cidade mais populosa da Síria, conversou com líderes cristãos locais para especificar as necessidades mais urgentes, disse a ACN ontem (9).

Após as reuniões de coordenação, foram definidos três objetivos principais: conseguir agasalhos e itens de necessidades básicas, como alimentação e remédios, reconstruir as casas e reconstruir os templos.

"Devido ao frio na Síria, a ajuda mais urgente é conseguir agasalhos para as famílias", disse a ACN. Além disso, afirmou que é preciso fazer estoque de cobertores, roupas e sacos de dormir, principalmente para crianças e idosos.

“Muitas famílias cristãs estão passando a noite dentro de seus carros. Os prédios das igrejas e salões paroquiais são mais seguros do que outros edifícios e as famílias têm medo de mais colapsos", disse a ACN.

Segundo a fundação pontifícia, outro objetivo do plano de emergência é a reconstrução das casas, para que as pessoas possam regressar “o mais rapidamente possível” a um lar.

“Só na cidade de Aleppo, estima-se que pelo menos 600 casas tenham que ser reparadas em maior ou menor grau. É necessário reconstruir os sistemas de água e aquecimento, bem como os danos estruturais dos edifícios”, disse.

Um terceiro ponto importante para os cristãos é a reconstrução da infraestrutura das igrejas, “que acontecerá por último, porque os bispos estão cientes de que ajudar as famílias é agora o mais urgente e prioritário”, acrescentou a ACN.

Na terça-feira (7), a Comunidade de Sant'Egidio, na Espanha, lamentou que o terremoto de magnitude 7,8, que deixou mais de 20 mil mortos e 69 mil feridos entre a Turquia e a Síria, tenha ocorrido em "uma região que tem sido palco de uma guerra sangrenta há mais de 12 anos”.

Diante do problema, pediu à comunidade internacional que promova o acesso humanitário urgente à Síria —por via aérea e terrestre— para que "se salve o maior número de pessoas afetadas e que perderam tudo neste inverno frio".

O patriarca da Igreja greco-católica melquita e os líderes das Igrejas siríaca e ortodoxa de Antioquia também pediram na quarta-feira (8) que a ONU e a comunidade internacional suspendam as sanções contra o país.

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