O cardeal Joseph Zen, de 91 anos, foi internado em Hong Kong com problemas respiratórios depois de voltar do funeral de Bento XVI.

O próprio cardeal, bispo emérito de Hong Kong, contou no seu blog na terça-feira (31) que está recebendo tratamento.

Segundo o cardeal, depois de vários exames, os médicos descartaram que ele tenha uma infecção bacteriana nos pulmões como a que teve em 2016, quando ficou três semanas no hospital.

“Não tiveram notícias minhas pois estou internado no hospital. Por favor, fiquem tranquilos, os médicos mais antigos de Hong Kong estão cuidando de mim", disse o cardeal Zen.

Ele também disse que já havia notado os problemas respiratórios antes de viajar para Roma para assistir ao funeral do papa Bento XVI em 5 de janeiro.

“O funeral do papa Bento XVI era muito importante para mim; e como um milagre, Deus me permitiu ir a Roma para assistir: o tribunal aprovou, a polícia permitiu que eu recuperasse meu passaporte, a companhia aérea tinha um voo para que eu pudesse chegar a tempo para o funeral; por isso, senti que não podia abrir mão dessa oportunidade e resolvi ir”, disse.

O cardeal Zen está sendo processado sob a lei de segurança nacional da China por ter ajudado manifestantes pró-democracia de Hong kong. Um juiz deu permissão em 3 de janeiro para que o cardeal Zen viajasse à Itália por cinco dias para estar presente no funeral do papa Bento XVI que o criou cardeal. O passaporte do careal, que havia sido confiscado pelas autoridades, foi tempoprariamente devolvido a ele.

“Quando fui a Roma senti que representava todo Hong Kong e toda a China, manifestando o nosso respeito e carinho pelo papa Bento XVI”, escreveu o cardeal no blog.

Apesar de dores nos ombros, costas e dormência nas mãos, Zen sentiu que "não podia abrir mão da oportunidade" de estar presente no funeral.

De volta à China, o cardeal piorou e teve de ser internado.

A publicação no seu blog foi uma "Carta aos detentos", na qual falou aos presos sobre os motivos de sua ausência. Há mais de dez anos Zen atende detentos nas prisões chinesas.

“Não se esqueçam que nunca estaremos separados na oração. Continuarei rezando por vocês e, por favor, lembrem-se de mim em suas orações”, disse Zen.

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