O arcebispo de Manágua, Nicarágua, cardeal Leopoldo Brenes, disse que sacerdotes estrangeiros pediram para deixar o país por causa da perseguição à Igreja por parte do governo.

O governo do presidente daniel Ortega, ex-guerrilheiro de esquerda que soma 29 anos no poder, mantém um bispo e vários padres presos, expulsou do país ordens religiosas e fechou meios de comunicação católicos. A repressão piorou desde o apoio da Igreja às manifestações de protesto contra Ortega em 2018.

“Tivemos alguns padres que deixaram o seminário dos neocatecumenais, que foram ordenados aqui, mas quiseram voltar para seus países. Isso reduz um pouco o número” de vocações, disse o cardeal na missa de domingo (29), na catedral de Manágua.

“Se os padres neocatecumenais são ordenados para a arquidiocese, mas em um determinado momento querem voltar a seus países para servir, estão livres, vou dar-lhes a excardinação”, afirmou o cardeal Brenes, referindo-se à permissão para se mudar para outra diocese formalmente e aí exercer o seu ministério.

O cardeal Brenes também falou de 11 novos sacerdotes que ordenou no sábado (28).

“Sentimos a bênção do nosso bom Deus com estes 11 novos sacerdotes que o Senhor nos deu como resposta”, disse. “Sei que muitos católicos dedicam todas as quintas-feiras a elevar uma oração pedindo ao Senhor que nos envie bons e santos sacerdotes”.

“Pessoalmente, todos os dias, ao rezar o santo terço, ofereço uma das dezenas com esta intenção. Não nos dê quantidade, mas qualidade de sacerdotes, santos segundo o seu coração e o da nossa Mãe, a Bem-Aventurada Virgem Maria”, disse o cardeal.

Em sua homilia na missa dominical, o arcebispo emérito de Tegucigalpa, Honduras, cardeal Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga, lamentou que vários padres sejam acusados ​​"injustamente" por uma "justiça mal administrada e manipulada".

Segundo a agência Efe, o cardeal hondurenho afirmou que “os irmãos da Igreja na Nicarágua são injustamente levados a tribunal com falsas acusações. Como podem ser felizes aqueles juízes que sabem que estão agindo injustamente?”.

Na sexta-feira (27), o governo da Nicarágua declarou três padres, um diácono, dois seminaristas e um leigo culpados de "conspiração" e "propagação de notícias falsas". Eles tinham sido presos junto com o bispo de Matagalpa, dom Rolando Álvarez.

Para eles, o Ministério Público pede dez anos de prisão e 800 dias de multa.

Dias antes, em 16 de janeiro, em um julgamento com irregularidades, padre Oscar Benavidez foi considerado culpado pelos dois dois crimes e agora o Ministério Público pede oito anos de prisão para ele.

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