A Delegação do Conselho Pan-Ucraniano de Igrejas e Organizações Religiosas da Ucrânia concluiu seus dias em Roma, Itália, com uma visita ao papa Francisco, no Vaticano. Durante o encontro, o papa Francisco manifestou sua disponibilidade para apoiar “as famílias, as crianças, os idosos, os doentes e as pessoas mais frágeis”.

“Estou com vocês na defesa dos direitos dos fiéis de todas as comunidades religiosas, especialmente daqueles que sofrem abusos e perseguições. Estou com vocês em seus esforços para ajudar os presos e detidos por motivos políticos", disse o papa.

Francisco também incentivou os esforços dos presentes “para restabelecer o respeito de todos pelos princípios e normas do direito internacional e pelos direitos humanos fundamentais”.

Para o papa, é “uma graça de Deus que todas essas iniciativas sejam decididas e realizadas em conjunto, como irmãos. É um testemunho concreto de paz em um país que sofre com a guerra”.

“A vossa ação, levada a cabo com tenacidade e coragem, prepara eficazmente o amanhã, um amanhã de paz, no qual os interesses econômicos e políticos que geram a guerra darão finalmente lugar ao bem comum dos povos”, disse o papa.

Após o encontro com o papa Francisco, o arcebispo maior de Kiev e chefe da Igreja Greco-Católica Ucraniana, Sviatoslav Shevchuk, lamentou que a situação na Ucrânia esteja piorando, “as infraestruturas estão destruídas e vivemos na escuridão”.

“Os líderes religiosos devem educar para a paz, mas não há paz sem verdade e justiça. Devemos curar muitas feridas e muitos corações, porque é mais fácil reconciliar ideias abstratas do que corações trespassados”, defendeu.

Ele também afirmou que durante dias em Roma puderam visitar famílias e crianças refugiadas ucranianas. “Viemos como um espelho da sociedade ucraniana, somos um país multiétnico e multirreligioso”, disse.

"Não sabemos quando a guerra vai acabar, mas a situação está piorando", lamentou. “Somente hoje, mais de vinte mísseis russos atingiram Kiev. As infraestruturas estão destruídas e vivemos no escuro”, disse durante uma coletiva de imprensa ontem (26), em Roma.

“A guerra é sempre uma derrota para a humanidade, é sempre um horror”, afirmou o arcebispo maior de Kiev, “mas nos vemos obrigados à legítima defesa, que em todo o caso deve ser proporcional”.

Para alcançar a paz no país, pediu a retirada da Rússia das fronteiras internacionalmente reconhecidas e a reconstrução do que foi destruído.

Por fim, disse que o papa Francisco acompanha a evolução da guerra e procura o momento oportuno para visitar o país.

O arcebispo de Lviv, dom Mieczyslaw Mokrzycki, afirmou que “aprecia muito tudo o que o papa e a Santa Sé fazem pela Ucrânia, especialmente depois de 8 de dezembro do ano passado, quando o Pontífice se comoveu enquanto rezava diante da imagem da Imaculada Conceição na praça de Espanha”.

Confira também: