Na segunda-feira (16), em audiência única, o padre Oscar Benavidez foi considerado culpado de dois crimes na Nicarágua. A acusação pede oito anos de prisão como pena para ele.

Padre Oscar Danilo Benavidez Dávila nasceu há tem 50 anos em San Isidro, Matagalpa, Nicarágua. Ele é padre desde 2009.

Pouco depois de sua ordenação, foi pároco de São João Maria Vianney em Matagalpa, e, em 2016, foi nomeado assessor da pastoral juvenil da diocese de Matagalpa.

Depois de estudar na Espanha, padre Benavidez foi nomeado vigário paroquial de Nosso Senhor de Esquipulas.

Em 2018, quando sua mãe morreu, foi acompanhado na missa pelo bispo de Matagalpa, dom Rolando Álvarez, que está desde agosto de 2022 por fazer oposição ao governo do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, um ex-líder guerrilheiro de esquerda que soma 29 anos no poder.

Em maio de 2022, padre Benavidez foi enviado como missionário à diocese de Siuna, onde foi nomeado pároco da paróquia Espírito Santo, em Mulukukú.

Segundo La Voz de América, em 14 de agosto o padre Benavidez foi preso ao terminar de celebrar a missa na capela Conceição de Maria, em meditou sobre a perseguição aos profetas. O sacerdote foi tirado de seu carro e levado preso.

A diocese de Siuna publicou comunicado denunciando a prisão do sacerdote.

Segundo o jornal nicaraguense 100% Noticias, a juíza Nancy Aguirre, de Manágua, declarou padre Benavidez culpado pelos crimes de “conspiração para minar a integridade nacional” e “propagação de notícias falsas”.

Segundo a defesa do padre, o seu "crime" seria ter manifestado a sua opinião em uma publicação nas redes sociais.

O jornal nicaraguense Mosaico informou que a única audiência de julgamento aconteceu em menos de oito horas.

A Procuradoria levou como testemunhas moradores de Mulukukú, um dos quais nem conhecia o padre Benavidez.

A juíza Nancy Aguirre Gudiel rejeitou vários elementos apresentados pela defesa, incluindo o depoimento do bispo Rolando Álvarez. Na acusação contra o sacerdote, o bispo de Matagalpa é acusado de ser um “líder de ações ilegais”.

O dia 24 de janeiro está marcado como data da audiência de condenação.

Nove sacerdotes são acusados ​ de "conspiração" na Nicarágua.

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