O veterano militar Adam Smith-Connor foi multado por rezar em silêncio por seu filho perto de um centro de abortos em Ophir Road, Bournemouth, Reino Unido.

“Há 22 anos levei minha ex-namorada a um centro e paguei para que ela fizesse um aborto", disse Adam Smith-Connor. “Foi um momento crucial na minha vida. As consequências de minhas ações naquele dia voltaram a me entristecer anos depois, quando percebi que havia perdido meu filho Jacob em um aborto pago por mim".

“Fiquei do lado de fora de uma instalação semelhante e rezei a Deus por meu filho Jacob, por outros bebês que perderam a vida devido ao aborto, por suas famílias enlutadas e pela equipe da clínica de aborto”, continuou. "Nunca teria imaginado estar em posição de arriscar a ter antecedentes criminais por rezar em silêncio".

Segundo relatório de Alliance Defending Freedom (ADF), uma organização de defesa jurídica da liberdade religiosa Smith-Connor estava rezando em silêncio, de costas para o centro de aborto quando foi abordado por "oficiais de segurança da comunitária".

ADF destaca que Smith-Connor "estava de costas para a clínica para levar em conta a privacidade dos funcionários e assistentes do centro de aborto".

Aos policiais que perguntaram o que ele estava fazendo, Smith-Connor foi claro: "Rezo por meu filho, que está morto".

Segundo ADF, a área de censura chamada de “zona tampão” foi implementada na desde 13 de outubro de 2022 por uma Ordem de Proteção de Espaços Públicos (PSPO) de do Conselho de Bournemouth, Christchurch e Poole.

Pela regulamentação local, é proibido “protestar, ou seja, praticar ato de aprovação/reprovação ou tentativa de ato de aprovação/reprovação, em relação a assuntos relacionados a serviços de aborto, por qualquer meio” perto de um centro de aborto. “Isso inclui, mas não está limitado a, meios gráficos, verbais ou escritos, oração ou aconselhamento”.

Também é proibida "a celebração de vigílias nas quais os membros rezam em voz alta, leem as Escrituras, fazem genuflexão, aspergem água benta no chão ou fazem o sinal da cruz ao perceber a passagem de um usuário do serviço".

Depois de saber por que Adam Smith-Connor estava rezando, o policial lhe disse: “Meus pêsames por seu filho. Mas, em última instância, devo seguir as orientações do Despacho de Proteção do Espaço Público, para dizer que entendemos que o sr. está violando a cláusula 4ª, que fala sobre a oração e também de atos de reprovação”.

Jeremiah Igunnubole, consultor jurídico do ADF no Reino Unido, disse que "ninguém deve ser criminalizado pelo que acredita, especialmente quando expressa essa crença silenciosamente, na privacidade de sua própria mente".

"Como no caso de Isabel Vaughan-Spruce no mês passado, Adam pode agora ser processado por manter pensamentos e elevar esses pensamentos a Deus em oração, dentro de uma zona de censura", disse.

Há pouco mais de um mês, Isabel Vaughan-Spruce foi presa perto de uma clínica de aborto em Birmingham, depois que uma pessoa suspeitou que ela estava rezando mentalmente, sob regras semelhantes às usadas para multar Smith-Connor.

Para Igunnubole, “a rápida proliferação de ordens que criminalizam voluntários como Adam e Isabel deve ser um alerta para todos aqueles que valorizam a liberdade de expressão, incluindo a liberdade de pensamento, independentemente de suas opiniões sobre o aborto”.

“No passado, ajudei com abortos no hospital como parte de meu treinamento médico militar, mas agora rezo por aqueles que praticam abortos, porque percebo como o aborto é prejudicial para mulheres e famílias, e que toda vida humana é valiosa, não importa quão pequena seja”, disse Smith-Connor. “Acima de tudo, sinto-me motivado a rezar pelo que aconteceu com meu filho, Jacob”.

A ADF lançou uma campanha de coleta de assinaturas dirigida à secretária de Estado do Departamento do Interior do Reino Unido, Suella Braverman, exigindo que "rejeite todas as duas tentativas de implementação de zonas de censura". Para assinar, pode acessar https://adf.uk/army-vet-fined-for-praying/.

Confira também:

Mais em