A igreja da Inglaterra vai abençoar uniões de pessoas do mesmo sexo "para agradecer por seu casamento civil ou união civil e receber a bênção de Deus", anunciou um comunicado de imprensa no site oficial da igreja anglicana, nome com que é conhecida a confissão fora da Inglaterra, ontem (18)

Os bispos anglicanos farão um “pedido de desculpas às pessoas LGBTQI+ pela rejeição, exclusão e hostilidade que sofreram nas igrejas e pelo impacto que isso teve em suas vidas” neste fim de semana.

Os anglicanos especificam que "casais do mesmo sexo ainda não poderiam se casar em uma igreja da Igreja da Inglaterra". No entanto, " poderiam celebrar um serviço religioso no qual se rezará pela dedicação, ação de graças ou bênção de Deus sobre o casal na igreja após um casamento ou união civil".

A Igreja Anglicana tomou esta decisão após um período sinodal de seis anos de "escuta, aprendizado e discernimento", que chamaram de "Viver no amor e na fé".

Os resultados desta etapa serão detalhados em um relatório para o Sínodo Geral da Igreja da Inglaterra, que acontecerá em Londres, em fevereiro.

Em 2022, bispos anglicanos de todo o mundo se reuniram em Lambeth, Reino Unido, para discutir questões como casamento entre pessoas do mesmo sexo e bênçãos para uniões homossexuais.

Sarah Mullally, bispa anglicana de Londres, é a presidente do grupo de bispos que dirigiu o "processo de discernimento e tomada de decisões".

Mullally agradeceu aos participantes por terem chegado à decisão de abençoar as uniões homossexuais.

Os anglicanos permitem a ordenação de "bispas" e sacerdotisas há três décadas.

Isso fez com que centenas de milhares de seus membros abandonassem o protestantismo nos últimos anos e pedissem para serem admitidos na Igreja Católica.

Stephen Cottrell, arcebispo anglicano de York, disse que espera que "essas orações de amor e fé possam nos fornecer uma forma de celebrar e afirmar os relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo".

O arcebispo de Canterbury e líder do anglicanismo, Justin Welby, expressou sua alegria pela "diversidade de pontos de vista na Igreja da Inglaterra sobre questões de sexualidade".

A Igreja Anglicana se separou da Igreja Católica no século XVI, depois que o então rei da Inglaterra, Henrique VIII, não conseguiu que o papa declarasse a anulação do seu casamento para permitir que ele se casasse novamente.

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