“Apenas padres ordenados podem presidir a missa, e a liturgia não deve ser um ‘campo de testes para projetos pessoais’ ”, disseram três bispos suíços sobre um vídeo de uma leiga que parece concelebrar a missa com padres.

Na missa celebrada em agosto de 2022 na diocese de Chur, Monika Schmid, uma administradora paroquial que estava se aposentando, parece concelebrar a Eucaristia.

“Todos sabem que somente o sacerdote preside validamente à Eucaristia, concede a reconciliação sacramental e unge os enfermos. É precisamente por isso que ele é ordenado. Essa regra da fé católica romana deve ser respeitada sem restrições em nossas dioceses”, disseram os bispos de Chur, dom Joseph Bonnemain da Basiléia, dom Felix Gmür de Basel e de Sankt Gallen, dom Markus Büchel em uma carta de 5 de janeiro, segundo o jornal católico francês La Croix.

“O testemunho comum requer formas e regras comuns. Nós, bispos, recebemos regularmente pedidos e reações de preocupação: os fiéis têm direito a serviços religiosos que respeitem as regras e as formas da Igreja”, diz a carta.

O bispo Bonnemain rapidamente abriu uma investigação canônica preliminar. O cânon 907 do Código de Direito Canônicoproíbe diáconos e leigos de realizar ações “próprias do sacerdote celebrante”, como a celebração da missa.

Schmid nega que suas ações constituam uma tentativa de concelebrar a missa ou de ser provocativa, informa o portal católico suíço de notícias Cath.ch. Segundo o portal Cath.ch, o vídeo “a mostra claramente, em trajes civis, no altar, cercada por dois padres e pronunciando com eles, estendendo os braços, o texto da consagração do pão e do vinho e da oração eucarística."

Schmid diz que a polêmica é baseada em um videoclipe postado na internet sem o conhecimento de todos os participantes.“E alguns já ficam vermelhos quando veem uma mulher no altar em uma foto”, diz Schmid.

Schmid defendeu uma celebração litúrgica que “alcance as pessoas em sua vida cotidiana, em sua linguagem e em sua compreensão de si mesmas”, diz o portal Cath.ch.

“Ouvimos os pedidos de muitas pessoas para poder participar da liturgia de outras formas, como mulheres, por exemplo”, dizem os bispos em sua carta. “No entanto, exortamos a não fazer do sinal de unidade que é a liturgia um campo de testes para projetos pessoais. É precisamente na celebração mundial da mesma liturgia que somos católicos e solidários uns com os outros”, dizem.

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