“A regra fundamental da vida religiosa é o seguimento de Cristo proposto pelo Evangelho” e a busca constante e diária do Senhor, disse o papa Francisco hoje (13) ao receber os Cônegos Regulares de Santo Agostinho.

No início de seu discurso, o papa Francisco disse que “mesmo que cada Congregação goze da sua própria autonomia, isto não impede que os estatutos confederais prevejam competências que favoreçam um equilíbrio entre essa autonomia e uma coordenação adequada que evite a independência e o isolamento”.

Para o papa, “o isolamento é perigoso”. “É preciso ter muito cuidado para se proteger da doença da autorreferencialidade e preservar a comunhão entre as diversas Congregações como um verdadeiro tesouro”. “A vida consagrada é como a água, se não flui, apodrece, perde o sentido, é como o sal que perde o sabor, e se torna inútil”.

Francisco aconselhou os presentes a não se contentarem "com uma memória arqueológica, porque esta nos transforma em peças de museu, talvez dignas de admiração, mas não de imitação".

“Pelo contrário, a memória deuteronômica nos ajuda a viver plenamente e sem medo o presente para nos abrir ao futuro com renovada esperança”.

O papa Francisco disse que “a regra fundamental da vida religiosa é o seguimento de Cristo proposto pelo Evangelho”.

Com base nesta ideia, pediu aos presentes que o Evangelho seja o seu vademecum para fugir "da tentação de reduzi-lo à ideologia".

“O Evangelho nos convida continuamente a colocar Cristo no centro da nossa vida e da nossa missão. Isso nos leva de volta ao "primeiro amor", disse o papa.

Ele disse que “amar a Cristo significa amar a Igreja, o seu corpo. A vida consagrada nasce na Igreja, cresce com a Igreja e frutifica como Igreja”.

“É na Igreja, como nos ensina santo Agostinho, que descobrimos o Cristo total”, acrescentou.

Como Cônegos Regulares, o papa disse que sua tarefa principal “é a busca constante e cotidiana do Senhor” e os convidou também a “buscar o Senhor na leitura assídua da Sagrada Escritura, em cujas páginas ressoam Cristo e a Igreja”.

“Buscar o Senhor na liturgia, especialmente na Eucaristia, ápice da vida cristã, que significa e realiza a unidade da Igreja na harmonia da caridade”, disse.

Francisco exortou a buscar o Senhor "no estudo e no cuidado pastoral ordinário", assim como "nas realidades do nosso tempo, sabendo que nada do humano pode nos ser alheio e que, livres de toda a mundanidade, possamos animar o mundo com o fermento do Reino de Deus”.

“Estes são os diferentes caminhos de uma única busca, que é o caminho da interioridade, do conhecimento e do amor do Senhor, na escola de santo Agostinho”, disse o papa.

“Desta forma, a luz do Mestre interior ilumina as realidades temporais para nós”, concluiu.

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