O papa Francisco recebeu ontem (9) o arcebispo Georg Gänswein, secretário pessoal de Bento XVI durante anos.

“O santo padre Francisco recebeu em audiência na manhã de hoje dom Georg Gänswein, arcebispo titular de Urbisaglia, prefeito da Casa Pontifícia”, informou uma nota da sala de imprensa da Santa Sé publicada ontem (9).

Como costuma acontecer com esse tipo de audiência, a Santa Sé não deu detalhes sobre o encontro com o arcebispo alemão.

Gänswein, cujo futuro ainda é incerto, anunciou a publicação das memórias de tempo em que trabalhou como secretário particular do papa Bento XVI, no livro Nient'altro che la verità. La mia vita al fanco di Benedetto XVI (Nada mais do que a verdade. Minha vida com Bento XVI).

Segundo nota da editora italiana Piemme, o livro "vai mostrar, por fim, a verdadeira face de um dos maiores protagonistas das últimas décadas, que muitas vezes foi injustamente difamado pelas críticas".

Segundo uma prévia publicada pela agência Reuters, o livro revelaria algumas tensões vividas nos últimos anos no Vaticano.

Gänswein também falou recentemente sobre o motu proprio Traditionis custodes, que revogou as disposições do Summorum pontificum de Bento XVI sobre a missa tradicional em latim.

Com o documento, publicado em 2021, Francisco restringiu a celebração da missa tradicional em latim ou missa tridentina.

O arcebispo deu uma entrevista ao jornal católico alemão Die Tagespost, na qual observou que "o papa Bento XVI leu o novo motu proprio com dor no coração, porque sua intenção era ajudar aqueles que simplesmente encontraram um lar na missa antiga a encontrar a paz, a encontrar a paz litúrgica, a afastá-los também de Lefebvre”.

O arcebispo francês Marcel Lefebvre ordenou quatro bispos em 1988 sem a permissão do papa, o que acarreta excomunhão.

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