“Ler a Bíblia, ler um trecho, um ou dois trechos pequenos da Bíblia, são como pequenos telegramas de Deus que te chegam logo ao coração”, disse o papa Francisco na audiência geral de hoje (21), convidando os fiéis a levar consigo um Evangelho de bolso e a parar para lê-lo ao menos cinco minutos por dia, pois a Palavra de Deus “faz comover o coração e muda a vida".

Diante dos fiéis na aula Paulo VI, o papa Francisco refletiu sobre alguns elementos essenciais que ajudam no discernimento: a palavra de Deus, que não se impõe; viver uma relação afetiva com Jesus e vê-lo como amigo; e o dom do Espírito Santo, que habita em nós.

“A vida coloca-nos sempre diante de escolhas, e se não as fizermos de maneira consciente, no final é a vida que escolherá por nós, levando-nos para onde não gostaríamos de ir”, disse o papa Francisco.

“No entanto, o discernimento não se faz sozinhos. Hoje, abordemos mais especificamente algumas ajudas que podem facilitar este exercício do discernimento, indispensável da vida espiritual”, disse o papa.

A palavra de Deus

Para o papa Francisco, “uma primeira ajuda indispensável é o confronto com a Palavra de Deus e a doutrina da Igreja”.

“Elas ajudam-nos a ler – continuou o papa – o que se move no coração, aprendendo a reconhecer a voz de Deus e a distingui-la de outras vozes, que parecem impor-se à nossa atenção, mas que no final nos deixam confusos".

“A Bíblia adverte-nos que a voz de Deus ressoa na calma, na atenção, no silêncio”, disse ele, acrescentando que "para quem crê, a Palavra de Deus não é simplesmente um texto para ler, a Palavra de Deus é uma presença viva, é uma obra do Espírito Santo que conforta, instrui, dá luz, força, alívio e gosto de viver".

Ele disse que a Bíblia é “uma verdadeira antecipação do paraíso” que faz comover o coração e muda a tua vida. E assim vi muitas coisas, isto, tantas vezes. Pois Deus não deseja destruir-nos, Deus quer que sejamos mais fortes, melhores a cada dia”.

Relação de amizade com Deus

O papa exortou os fiéis a não terem medo de ter uma “relação afetiva com o Senhor Jesus”, onde “o coração fala ao coração, e esta é outra ajuda indispensável e não é óbvia”.

“Muitas vezes podemos ter uma ideia deturpada de Deus, considerando-o como um juiz cruel e severo, pronto para nos apanhar em flagrante, com a corda pronta para nos punir. Jesus, ao contrário, revela-nos um Deus cheio de compaixão e ternura”, disse.

"Quem permanece diante do Crucificado – disse o papa - sente uma nova paz, aprende a não ter medo de Deus, pois Jesus na cruz não assusta ninguém, é a imagem do desamparo total e ao mesmo tempo do amor mais completo, capaz de enfrentar todas as provações por nós”.

“Os santos sempre tiveram uma predileção por Jesus Crucificado. A narração da Paixão de Jesus é a via mestra para nos confrontarmos com o mal sem sermos esmagados por ele”, acrescentou.

Para o papa, “é muito bonito pensar na vida com o Senhor como uma relação de amizade que cresce dia após dia. A amizade com Deus tem a capacidade de mudar o coração”.

O dom do Espírito Santo

Finalmente, o papa disse que “um dos grandes dons do Espírito Santo, a piedade, que nos torna capazes de reconhecer a paternidade de Deus”.

“O Espírito Santo é discernimento em ação, presença de Deus em nós, é o dom, a maior dádiva que o Pai garante a quantos o pedem”, disse a seguir.

Por isso, o papa perguntou aos fiéis se rezam ao Espírito Santo e os convidou a manter sempre o diálogo com Ele, porque “Ele muda-te, Ele faz-te crescer”.

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