O secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, falou sobre as intenções do Vaticano de diálogo para alcançar a paz na Ucrânia.

Em declarações aos jornalistas, divulgadas pelo Vatican News, após seu discurso no Senado italiano por ocasião da apresentação do livro Giorgio La Pira: os capítulos de uma vida, o cardeal lamentou que "hoje não há muitas condições para o diálogo e não se veem progressos. O Vaticano está sempre disposto a oferecer uma mesa de encontro entre as partes para a paz".

O cardeal Parolin falou da necessidade de continuar "esperando contra toda esperança, apesar do fato de que até agora não há progressos para a paz na Ucrânia, nem qualquer vislumbre de esperança para uma mediação".

“Estamos disponíveis, já o dissemos desde o início. Acreditamos que o Vaticano possa ser um terreno adequado”, disse Parolin.

Ele também lembrou que a Santa Sé tentou “oferecer uma oportunidade para que todos se encontrem e, ao mesmo tempo, manter um equilíbrio. Conseguiremos? É difícil saber".

“A vontade é de oferecer um espaço onde as partes possam se reunir e iniciar um diálogo, sem condições prévias. Cabe a eles identificar a metodologia de trabalho e dar conteúdo, mas nós estamos disponíveis”, continuou.

“A guerra deve terminar por tantas razões, especialmente pelo sofrimento que ela está causando na Ucrânia entre a população civil que viverá um Natal verdadeiramente dramático", disse.

Para Parolin, a paz "vai custar um grande preço" e disse que “a paz é obra da justiça”.

Sobre a emoção do papa diante da Virgem Imaculada em 8 de dezembro, o cardeal Parolin falou que “foi um gesto forte, muitas pessoas disseram que ficaram muito, muito tocadas por esta emoção do Santo Padre”.

“Foi algo apreciado e profundamente sentido, ver o Papa comovido pelo que está acontecendo. Será que ele conseguirá romper a barreira? Esperamos que sim, às vezes as lágrimas podem derreter até mesmo os corações mais endurecidos. Mas até agora não vemos nenhum desenvolvimento que valha a pena mencionar", disse ele.

Por fim, disse que da Santa Sé “estamos tentando realizar iniciativas que possam levar à paz, mas são sempre confiadas à vontade das partes para acabar. Sem isso, não será possível construir, apesar dos esforços e tentativas”.

Confira também: