O papa Francisco celebrou hoje (12) a missa da Solenidade de Nossa Senhora de Guadalupe, na basílica de São Pedro no Vaticano, onde disse que a Virgem “nos pede que a deixemos ser nossa Mãe, que abramos nossas vidas ao seu Filho Jesus".

Durante sua homilia, o papa Francisco disse que “Deus guia a história da humanidade em todos os tempos, nada está fora de seu poder, que é ternura e amor providente”.

“Faz-se presente através de um gesto, de um acontecimento ou de uma pessoa. Ele não deixa de olhar para o nosso mundo, necessitado e ferido, para ajudá-lo com sua compaixão e misericórdia”, disse, acrescentando que “a sua forma de intervir, de se manifestar, surpreende-nos sempre e enche-nos de alegria”.

Ele disse que "a vinda do Filho em carne humana é a expressão suprema de seu método divino em favor de nossa salvação".

“Assim – disse o papa –, em Jesus, nascido de Maria, o Eterno entra na precariedade do nosso tempo, torna-se para sempre, de forma irreversível Deus-conosco e caminha ao nosso lado como irmão e companheiro”.

Ele também disse que Jesus “veio para ficar. Nada nosso lhe é estranho porque ele é 'um de nós', próximo, amigo, consubstancial a nós em tudo, menos no pecado”.

Nossa Senhora de Guadalupe, disse o papa Francisco, veio às terras abençoadas da América “para consolar, para atender as necessidades dos pequenos, sem excluir ninguém, para envolvê-los como uma mãe cuidadosa com a sua presença, o seu amor e o seu consolo. É nossa Mãe Mestiça".

Um momento difícil para a humanidade

O papa lamentou que “neste ano, celebramos Guadalupe em um momento difícil para a humanidade. É um período amargo, cheio de ruídos da guerra, crescente injustiça, fome, de pobreza, sofrimento”.

No entanto, disse que “embora esse horizonte pareça sombrio e desconcertante, com presságios de destruição e desolação ainda maiores, todavia a fé, o amor e a condescendência divinos nos ensinam e nos dizem que este também é um tempo propício de salvação”.

Para o papa Francisco, neste tempo “o Senhor, através da Virgem Maria, Mestiça, continua a nos dar seu Filho, que nos chama à fraternidade, para deixar de lado o egoísmo, a indiferença e o antagonismo”.

E lembrou que também nos convida “a cuidar uns dos outros sem demora, para alcançarmos nossos irmãos e irmãs esquecidos e descartados por nossas sociedades consumistas e apáticas”.

A súplica de Nossa Senhora de Guadalupe

O papa também disse que “nesta celebração, aqui na basílica de São Pedro, Santa Maria de Guadalupe também quer nos encontrar, como um dia com Juan Diego na colina Tepeyac”.

“Quer ficar conosco. Ela nos pede que a deixemos ser nossa Mãe, que abramos nossas vidas ao seu Filho Jesus e que aceitemos a sua mensagem para aprender a amar como Ele”, disse.

 

O papa Francisco recordou que hoje, 12 de dezembro, “começa no continente americano a Novena Intercontinental de Guadalupana, um caminho que prepara a celebração do V Centenário do Acontecimento Guadalupano em 2031

Ele disse que está preocupado com “as propostas de tom ideológico-cultural de vários tipos que querem se apropriar do encontro de um povo com a sua Mãe, que querem desmistificar, maquiar a Mãe”.

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"Por favor, não permitamos que a mensagem seja destilada em pautas mundanas e ideológicas. A mensagem é simples, é terna. 'Não estou eu aqui, que sou tua mãe?". E a Mãe não se ideologiza", disse.

"Que Jesus Cristo, o desejado por todas as nações, por intercessão de Nossa Mãe de Guadalupe, nos conceda dias de alegria e serenidade, para que a paz do Senhor habite em nossos corações e nos corações de todos os homens e mulheres de boa vontade", concluiu o papa Francisco.

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