Cerca de 20 mil pessoas participaram de protestos em Malta contra uma emenda parlamentar pró-aborto, no domingo (4).

“Muito obrigado às 20 mil pessoas que vieram a Valletta (capital de Malta), com o único propósito de transmitir uma mensagem ao Governo. O povo maltês não quer o aborto em nosso país”, disse o grupo pró-vida organizador do evento, Life Network Foundation Malta,.

Alguns participantes carregavam faixas com frases como “Aborto fora de Malta” e “Proteger nossas crianças”. As pessoas também gritavam “Não ao aborto, sim à vida”.

Uma grande imagem de um nascituro foi colocada do lado de fora do gabinete do primeiro-ministro maltês, Robert Abela, no domingo (4), quando os manifestantes pediram ao governo que retirasse o projeto de lei.

Malta, de tradição católica, é o único membro da União Europeia que proíbe o aborto em todas as circunstâncias. Os médicos só podem intervir nos casos em que a continuação da gravidez possa representar uma ameaça à vida da mãe.

O projeto de lei, apresentado no início da semana passada, propõe uma emenda para legalizar o aborto nos casos em que uma mulher grávida tem complicações médicas que "podem" colocar sua "saúde em grave risco". A mudança de rico de vida para risco à saúde é muito aberta e pode abrir caminho para aborto eletivo.

 

Na semana passada, o arcebispo de Malta, Charles Scicluna, e os bispos Anton Teuma e Joseph Galea Curmi pediram aos legisladores que respeitassem a dignidade dos bebês, informou o jornal Malta Today.

"Quando o respeito pela dignidade do bebê no útero é negado, o fundamento do respeito pela dignidade de todo ser humano, incluindo mulheres e profissionais, é destruído", escreveram os bisos em uma carta aberta.

Ecoando as preocupações de médicos, especialistas em ética, líderes pró-vida e outros, a carta diz que o termo "saúde" no projeto de lei é um grande problema porque permitirá que os bebês sejam abortados quando a vida da mãe não está em risco.

Os bispos disseram que a lei já permite que os médicos salvem a vida de mães grávidas, mesmo em situações em que o feto não pode ser salvo, por isso o projeto de lei é desnecessário.

“Toda vez que isso aconteceu ao longo dos anos, nunca criou nenhum problema legal para as mães ou médicos. Não havia necessidade de mudar a lei para salvar a mãe se ela corresse o risco de morrer", disseram.

Os líderes católicos também lembraram aos legisladores que eles têm a responsabilidade de proteger a vida em Malta.

“Fazemos um apelo especial a quem tem obrigação de tomar uma decisão sobre a emenda, para que a sua escolha seja a favor da vida”, acrescentaram.

O Parlamento aprovou na semana passada a primeira leitura do projeto de lei e a votação final pode ocorrer antes de 19 de dezembro.

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