O governo da Nicarágua proibiu a procissão da Imaculada Conceição, solenidade do dia 8 de dezembro.

"Queremos expressar nossa profunda tristeza por este fato que nos impede de expressar nossa fé em público", disse a paróquia São José de Tipitapa, da arquidiocese de Manágua, em comunicado publicado ontem (28) em sua página no Facebook.

A proibição é mais recente perseguição contra a Igreja pelo governo do presidente Daniel Ortega, ex-guerrilheiro que soma 29 anos no poder do país.

A advogada e pesquisadora Martha Patricia Molina publicou no começo do mês um relatório que mostra que a Igreja Católica na Nicarágua sofreu quase 400 ataques entre 2018 e 2022.

Além de ter expulsado o núncio apostólico, dom Waldemar Stanisław Sommertag, em março, o regime mantém em prisão domiciliar o bispo de Matagalpa, dom Rolando Álvarez. Vários padres estão presos na prisão de El Chipote, em Manágua, famosa como centro de tortura dos adversários do regime sandinista no poder na Nicarágua com alguma interrupção desde 1979.

O governo também fechou os meios de comunicação católicos e expulsou do país várias organizações católicas, como as Missionárias da Caridade, fundadas por Madre Teresa de Calcutá.

Padre Dulio Calero, pároco da Paróquia São José de Tipitapa, convidou os católicos a "continuar celebrando Nossa Senhora com fervor e devoção e a participar de cada uma das atividades para estes dias, colocando tudo sob sua proteção e intercessão materna ao nosso país e Igreja”.

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