“Gostaria de juntar as minhas lágrimas às suas e dizer-lhes que não há dia em que eu não esteja ao lado de vocês e não carregue todos no meu coração e na minha oração. Sua dor é minha dor", escreveu o papa Francisco ao povo ucraniano, nove meses depois do início da invasão russa da Ucrânia.

A carta pontifícia foi publicada hoje (25) em italiano e traduzida para o ucraniano, após a audiência privada do papa Francisco no Vaticano com o núncio apostólico na Rússia e no Uzbequistão, dom Giovanni d'Aniello.

"Estourou a absurda loucura da guerra", escreve Francisco. “Na cruz de Jesus hoje eu os vejo, vocês que sofrem o terror desencadeado por esta agressão”.

Contando algumas das "muitas histórias trágicas" que recebe sobre a Ucrânia, o papa lamentou antes de tudo, "as dos menores: Quantas crianças mortas, feridas ou que ficaram órfãs, separadas de suas mães!"

O papa falou dos jovens que “para defender corajosamente a pátria" tiveram que "colocar em suas mãos as armas ao invés dos seus sonhos”. Falou também das esposas que “perderam seus maridos”, das mães que se sacrificam por seus filhos e dos adultos que “tentam proteger seus entes queridos”.

Francisco recordou os numerosos refugiados e deslocados internos e agradeceu aos clérigos que “permaneceram próximos de seu povo, levando a consolação de Deus e a solidariedade a seus irmãos”.

O papa disse que reza pelas autoridades porque "neles está o dever de governar o país em tempos trágicos e de tomar decisões clarividentes para a paz e para desenvolver a economia durante a destruição de muitas infraestruturas vitais, tanto na cidade como no campo”.

Francisco recordou a oração de consagração ao Imaculado Coração da Virgem Maria, que fez com todos os bispos do mundo, na qual consagrou a Igreja, a humanidade e em particular a Ucrânia e a Rússia.

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