O papa Francisco traçou uma distinção entre teólogos e catequistas na relação com a doutrina da Igreja. Os comentários foram feitos hoje (24) durante reunião com a Comissão Teológica Internacional no Vaticano.

Segundo o papa, um teólogo tem a vocação de ir além da doutrina existente, pois “ele está tentando tornar a teologia mais explícita.”

Já um catequista, “deve dar a doutrina correta, a doutrina sólida”, ao instruir crianças e adultos na fé.

A Comissão Teológica Internacional existe para assessorar o Dicastério para a Doutrina da Fé. Seus membros são nomeados pelo papa para mandatos de cinco anos, durante os quais são estudadas questões teológicas específicas e resultados são publicados.

A décima comissão, composta por 28 membros, foi nomeada em 2021.

“Os teólogos devem ir além, tentar ir além”, disse o papa em seu discurso à comissão. “Mas quero distinguir isto do catequista: o catequista deve dar a doutrina correta, a doutrina sólida; não as possíveis novidades, das quais algumas são boas…”

"O teólogo corre o risco de ir além e será o Magistério a detê-lo”, disse o papa. “Mas nunca dê catequese às crianças e às pessoas com doutrinas novas que são incertas”.

Francisco disse que essa distinção vem de santo Inácio de Loyola, fundador da ordem jesuíta a que o papa pertence.

A Comissão Teológica Internacional está no Vaticano para a reunião plenária anual do grupo nesta semana.

O papa Francisco expressou seu agradecimento pela disposição da comissão de explorar três temas durante suas reuniões.

O primeiro, disse, é a “relevância da fecundidade da fé cristológica professada pelo Concílio de Niceia, ao completar 1700 anos de sua celebração”.

A comissão também vai examinar algumas questões antropológicas relevantes e “de significado crucial para a jornada da família humana, à luz do plano divino de salvação” hoje.

O papa não disse quais “questões antropológicas” são essas.

O terceiro tema a ser aprofundado pela comissão é “a teologia da criação a partir de uma perspectiva trinitária, escutando o clamor dos pobres e da terra”, disse o papa.

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