Embora a imprensa nacional continue centrando a batalha pela legalização do aborto na Colômbia na advogada feminista Mónica Roa, um líder pró-vida da região denunciou que Roa simplesmente constitui o rosto visível de um complexo complô de poderosas organizações que procuram minar a defesa do nascituro na América Latina.

Roa ocupou as páginas dos principais meios colombianos desde que apresentou em abril passado uma proposta para despenalizar o aborto por violação, risco de vida e má formação congênita. Em dezembro a Corte Constitucional desprezou a petição por falta de argumentos, e imediatamente, Roa a colocou novamente procurando a declaração de inconstitucionalidade de todos os artigos do Código Penal colombiano que definem o aborto como crime.

Segundo o analista pro-vida brasileiro Alberto R. S. Monteiro, os jornais colombianos apresentam Roa como autora da demanda. “Contudo, no domingo 11 de dezembro, antes da  segunda demanda ter sido apresentada e quando ainda nenhum jornal colombiano tinha informação a respeito, o jornal The New York Times anunciava em sua edição dominical os detalhes do que aconteceria e que a demanda seria apresentada na manhã da segunda-feira seguinte”, denunciou Monteiro.

Diferentemente dos jornais colombianos, o New York Times não apresentou o caso como uma iniciativa pessoal da advogada porém assinala a "um grupo internacional de direitos da mulher”.

O jornal entrevista a própria Roa reconhecendo que existem mais pessoas por trás de sua “iniciativa” e cita a organização norte-americana Women's Link Worldwide, cujo site na Internet “afirma que a demanda forma parte de um projeto de maior importância desta entidade, denominado Litígio de Alto Impacto na Colômbia pela Inconstitucionalidade do Aborto (LAICIA)”.

Entre as organizações abortistas que conformam esta frente internacional figuram:

  • Center for Reproductive Rights - Centro de Direitos Reprodutivos
  • Escola de Direito da Universidade de Yale, EUA
  • Human Rights Watch
  • Associação Sueca para a Educação Sexual, Universidade Autônoma de Madrid
  • Associação de Advogados para os Direitos humanos da Escola de Direito do Harvard
  • Católicas pelo Direito a Decidir nos Estados Unidos e Canadá
  • International Planned Parenthood Federation
  • Alan Guttmacher Institute
  • International Woman's Health Coalition

A lista completa de organizações envolvidas aparece em http://www.womenslinkworldwide.org/proj_laicia.html

Monteiro também recorda que em março do 2005, Roa ofereceu uma conferência na Universidade de Nova Iorque onde apresentou com antecipação e detalhe a estratégia do LAICIA na Colômbia.

“Estamos agindo como um grupo de atores de teatro. Cada um tem um papel”, reconheceu então Roa, antecipou sua estratégia nos meios de comunicação e sua rede de influência conformada por advogados destacados.

Nessa ocasião revelou que “sua melhor jogada é uma amiga, que denunciará a própria Roa. Segundo ela, os colombianos não ficarão sabendo de que ambas debaterão todos os discursos com meses de antecedência”, assinalou Monteiro.

O especialista recordou que na entrevista Roa assegurou que as abortistas Católicas pelo Direito a Decidir se ocupariam das questões religiosas e o debate com a Igreja. Para mais detalhes sobre o que disse Roa em Nova Iorque visite http://www.law.nyu.edu/newscalendars/2004_2005/RTKseries/roa.html

Segundo Monteiro, em 2000 a rede organizada pelo Centro de Direitos Reprodutivos –do qual depende o grupo de Roa- atuou em causas relacionadas com o aborto em diversos países. Na Hungria, a rede conseguiu derrogar uma nova lei que limitava o acesso ao aborto, e na Rússia organizou um congresso do Bioética para impedir a introdução de um Código de Bioética que minaria segundo o Centro, direitos sexuais básicos.

“Mas a rede também atua na Nigéria, Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, El Salvador, Guatemala, México, Peru, Polônia, Romênia, África do Sul, Índia, Nepal, Paquistão e  dezenas de outros países da África. Entre os patrocinadores desta instituição se encontram as conhecidas entidades anti-vida, Fundação MacArthur, Fundação Packard, Fundação Ford, Fundação Grove, John Merck Fund e dezenas de outras, que colaboram anualmente cada uma com centenas de milhares de dólares”, colocou Monteiro.