O sino da catedral católica de Mosul, no Iraque, tocou pela primeira vez desde a ocupação da região pelo grupo terrorista Estado Islâmico há oito anos.

O sino, que foi mantido escondido por uma família muçulmana durante a ocupação de Mosul, tocou no domingo (13), na catedral católica caldeia de São Paulo.

Cristãos de toda a planície de Nínive, no Iraque, foram à catedral para participar da cerimônia do toque do sino e da Liturgia Divina.

Sino da Catedral de Mosul / France Yousif.

Dom Najeeb Michaeel, arcebispo caldeu de Mosul e Akra, conduziu uma procissão até a gruta da Virgem Maria, a padroeira de Mosul, no pátio da igreja antes de tocar o sino.

 

O arcebispo disse à ACI Mena, agência árabe do grupo ACI, que “os tons do sino são um convite para unir os corações para denunciar a violência e as guerras”.

“Esperamos que todos os moradores originais voltem para suas casas e recuperem seus direitos materiais e morais, para provar o sabor da segurança e da estabilidade e viver no seio de sua cidade”, disse o arcebispo.

Dom Najeeb Michaeel na cerimônia em que tocou o sino da catedral de Mosul / France Yousif.

A catedral de São Paulo foi reaberta em 2019, após sofrer danos durante a ocupação do Estado Islâmico em Mosul de 2014 a 2017.

Na viagem ao Iraque no ano passado, o papa Francisco rezou em Mosul cercado pelos escombros de igrejas danificadas ou destruídas, depois que o Estado Islâmico proclamou seu califado na cidade.

O Estado Islâmico governou Mosul por quase três anos, antes que as forças iraquianas e internacionais retomassem a cidade rua por rua.

O papa Francisco também fez história como o primeiro papa a celebrar a missa no rito caldeu durante sua visita ao país do Oriente Médio.

Os caldeus são uma das várias comunidades católicas orientais que há no Iraque. A sua história remonta aos primeiros cristãos através da sua ligação com a Igreja do Oriente.

Antes que a violência do Estado Islâmico dizimasse a população, os caldeus representavam dois terços dos cristãos iraquianos.

O papa Francisco continua falando pelos cristãos no Oriente Médio. Na semana passada, ele falou sobre a "necessidade de preservar e encorajar a presença cristã na região" em um encontro em 10 de novembro com o rei Abdullah II da Jordânia.

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