O papa Francisco falou sobre a desolação “que todos nós experimentamos”, em sua audiência geral de hoje (26). "O problema é como poder lê-la, pois também ela tem algo importante para nos dizer, e se tivermos pressa de nos livrar dela, correremos o risco de a perder", disse o papa continuando o cilco de catequeses sobre o discernimento.

“Todos gostaríamos de uma vida sempre jubilosa, alegre e realizada”, disse o papa, mas “isso, além de não ser possível, também não seria bom para nós”.

“Com efeito, a mudança de uma vida orientada para o vício pode começar a partir de uma situação de tristeza, de remorso pelo que se fez.”, disse.

Quando Deus toca o coração triste, disse Francisco, é “um convite para começar um caminho”.

"É importante aprender a ler a tristeza", disse o papa. “No nosso tempo, ela é considerada sobretudo negativamente, como um mal a evitar custe o que custar, e ao contrário pode ser um indispensável sinal de alarme para a vida, convidando-nos a explorar paisagens mais ricas e férteis que a fugacidade e a evasão não permitem”.

"A tristeza às vezes funciona como um semáforo: 'Pare, pare! Está vermelho aqui. Pare”, disse o papa.

Também afirmou que para quem quer fazer o bem, "a tristeza é um obstáculo com que o tentador quer desencorajar-nos".

“O caminho para o bem, recorda o Evangelho, é estreito e íngreme, requer um combate, uma vitória de si mesmo”, acrescentou o papa.

“Infelizmente, alguns decidem abandonar a vida de oração, ou a escolha feita, o matrimônio ou a vida religiosa, impelidos pela desolação, sem primeiro fazer uma pausa para considerar este estado de espírito, e sobretudo sem a ajuda de um guia”, disse Francisco. “Uma regra sábia diz para não fazer mudanças quando se está desolado. O tempo seguinte, e não o humor do momento, mostrará a bondade ou não das nossas escolhas”.

"Se você quer seguir o bom caminho, prepare-se: haverá obstáculos, haverá tentações, haverá momentos de tristeza", alertou o papa. “Se soubermos atravessar a solidão e a desolação com abertura e consciência, poderemos sair revigorados sob os aspectos humano e espiritual. Nenhuma provação está fora do nosso alcance. Nenhuma provação está além do que podemos fazer”.

O papa Francisco incentivou os fiéis “a não fugir das provações: ver o que significa esta provação, o que significa estar triste: por que estou triste? O que significa estar devastado neste momento? O que significa estar desolado e não poder seguir em frente?”.

“E se não as vencermos hoje, nos levantemos novamente, caminhemos e as venceremos amanhã. Mas não permanecer morto, digamos assim, não permanecer derrotado por um momento de tristeza, de desolação: vai em frente", concluiu o papa.

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