Cinco padres, uma freira e outros três católicos sequestrados em 16 de setembro foram libertados em segurança em Camarões. O bispo de Mamfé, dom Aloysius Fondong Abangalo, pediu aos fiéis que rezassem o terço em ação de graças a Deus.

Em um comunicado compartilhado ontem (24) com a ACI África, agência africana do Grupo ACI, dom Abangalo informou "com grande alegria" a libertação dos sacerdotes Elias Okorie, Barnabas Ashu, Cornelius Jingwa, Job Francis Nwobegu e Emmanuel Asaba, assim como a freira Jacinta C. Udeagha e os leigos Nkem Patrick Osang, Blanche Bright e Mme. Kelechukwu.

"Permitam-me aproveitar esta oportunidade para felicitar seus esforços coletivos em oração", afirmou.

 

Dom Aloysius Fondong Abangalo com os cinco padres sequestrados / Radio Evangelium Mamfe.

“Enquanto agradeço sinceramente a todos pela demonstração do espírito de uma família durante esses tempos difíceis, exorto cada um a rezar uma dezena do terço em ação graças a Deus pela libertação segura de nossos irmãos e irmãs que foram sequestrados”, disse o bispo.

Em 16 de setembro, homens armados não identificados atacaram e incendiaram a paróquia católica de Santa Maria, na cidade de Nchang, diocese de Mamfé, Camarões. Surpreendentemente, o bispo de Mamfé encontrou o Santíssimo Sacramento intacto em meio aos escombros do templo.

Em seu comunicado, o bispo nigeriano reiterou sua condenação “ao ato de profanar a Igreja, nos termos mais fortes possíveis”, e denunciou “a necessidade de realçar a dignidade humana”.

"Tirar a liberdade de nossos irmãos e irmãs para ganhar dinheiro a todo custo é desumano", denunciou.

A libertação dos nove reféns ocorreu poucos dias depois de um vídeo ter sido divulgado nas redes sociais no qual os cinco padres, a freira e os três leigos pediam ao bispo local que fizesse "todo o possível" para libertá-los.

O bispo de Mamfé anunciou que hoje (25) será celebrada uma missa de ação de graças na catedral de São José.

O ataque à paróquia de Santa Maria é um dos mais recentes incidentes no conflito de longa data nas regiões de língua inglesa do noroeste e sudoeste de Camarões. O conflito eclodiu após um protesto envolvendo advogados e professores em 2016.

Um movimento separatista armado buscando a independência para o que chama de "república da Ambazonia" surgiu em meio aos protestos.

Os falantes de língua inglesa representam cerca de 20% da população de Camarões e há muito tempo se queixam de serem marginalizados pela classe dominante de língua francesa.

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